“Se tiver que perder a função e ir pra cadeia, que vá”, diz Julian Lemos sobre policiais de Sergipe
O deputado federal paraibano Julian Lemos (PSL-PB) é mais um que está consternado com a morte do advogado Geffeson Moura Gomes, de 31 anos, no último dia 16, na Paraíba, durante uma ação de policiais sergipanos. Em entrevista para o programa Sergipe Verdade, da rádio SIM FM, nesta quinta-feira, 25, o deputado afirmou que os primeiros trabalhos da perícia confirmam que não houve confronto entre os policiais e o advogado.
“A Polícia Civil da Paraíba fez os primeiros levantamentos e averiguou que a arma havia sido plantada, o que mostra que houve uma série de erros, tanto da operação policial, que ainda não sabemos se de fato ela existiu, porque existe todo um procedimento para que uma operação policial seja feita, e pelo fato de existir controvérsias em várias informações. O que temos de concreto é que um inocente foi assassinado, com a vida pela frente, através de uma suposta operação totalmente controversa, que envolve policiais civis, delegados e até policial militar no meio, que aí é que não faz sentido mesmo essa história”, disparou o deputado.
Em outro trecho da entrevista, o parlamentar questionou as informações desencontradas sobre o teor do que chama de ‘suposta operação’ da polícia sergipana. “Uma hora disseram que era operação de combate ao tráfico, outra que era contra assalto de cargas. E o resultado é que um cidadão de bem morreu”, registrou.
Julian Lemos, que também é vice-presidente nacional do PSL, cobrou a responsabilização dos agentes sergipanos e pediu que as pessoas separem a imagem da Polícia Civil com a dos agentes envolvidos na ação. “A Polícia Civil é uma instituição e os agentes são outra coisa, fazem parte dela, mas a instituição não pode responder. Não vou aceitar qualquer tipo de desculpa. Não vou tolerar injustiça. Busco que eles sejam responsabilizados. Então que sejam julgados de acordo com suas condutas e atos. Se tiver de perder a função, que perca. Se tiver que ir pra cadeira diante júri popular, que vá”, disse o parlamentar.
Desde a última terça-feira, 23, o delegado, e os dois policiais envolvidos na ação, um civil e outro militar, estão sob custódia após o Poder Judiciário da Paraíba ter decretado a prisão temporária a pedido da Polícia Civil e do Ministério Público da Paraíba. Paralelo a isso, o deputado Julian Lemos pretende vir a Sergipe, nos próximos dias, tratar do assunto com o Secretário de Estado da Segurança Pública, João Eloy.
“Assim que possível eu irei. Não quero ser algoz de ninguém, e vou manter contato com secretário, assim como já estive com delegado-geral (de Sergipe), pessoa que não tenho qualquer tipo de ressalva, e que se prontificou a deixar as coisas claras. É uma coisa extremamente constrangedora e muito triste. Isso não me trouxe nada de bom, só tristeza e morte”, pontuou Lemos.
Perícia
A perícia paraibana confirmou, nesta qunita-feira, que a vítima dos disparos dos policiais não foi socorrida de imediato. Confira a matéria com o depoimento do perito clicando aqui.
Entenda o caso
O advogado Geffeson Moura Gomes, de 31 anos, foi morto no dia 16 de março, no município de Santa Luzia, Sertão da Paraíba, durante uma abordagem da Polícia Civil de Sergipe.
A abordagem fazia parte de uma operação de combate ao tráfico interestadual de drogas. O advogado havia saído de João Pessoa, para o município de Cajazeiras para cuidar do pai que estava com Covid-19. De acordo com depoimentos dos policiais sergipanos, ao ser abordado, o advogado estava armado e esboçou reação. Após ser baleado com sete tiros, a vítima foi deixada na porta de um hospital municipal.
A família diz que o advogado não tinha arma. A Polícia Civil da Paraíba aponta que a arma apresentada como sendo do advogado, pertencia a um policial militar de Sergipe.
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