Estudo identifica duas prováveis novas variantes do coronavírus na Paraíba
Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) identificou duas prováveis novas variantes do novo coronavírus em circulação na Paraíba. O estudo realiza sequenciamento de genomas de amostras da Covid-19. O trabalho é coordenado pelo Laboratório Nacional de Computação Científica – LNCC/MCTI. Além da UFPB, participam da pesquisa a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e as universidades estaduais de Santa Cruz-BA (UESC) e do Rio de Janeiro (UERJ).
Uma dessas variantes – cuja denominação temporária é NP13L – foi descrita, inicialmente, no Rio Grande do Sul, em dezembro do ano passado e, no mês de janeiro, foi encontrada circulando na Paraíba. De acordo com o professor e pesquisador Vinícios Pieta Perez, do Departamento de Fisiologia e Patologia da UFPB, a variante também foi encontrada na Bahia.
Outro achado desse estudo é uma possível nova variante denominada N9, encontrada no Nordeste brasileiro. Esta mesma variante foi descrita em outro estudo, recentemente divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), como circulante em vários estados brasileiros.
“Então, além das variantes de Manaus e Rio de Janeiro, que foram descritas anteriormente, outras possíveis variantes estão surgindo no nosso país”, comentou Vinícius Pieta Perez, alertando também para o fato de que dois estudos independentes, sendo um do LNCC/MCTI (do qual a UFPB faz parte) e outro da Fiocruz – os dois principais institutos do Brasil que realizam esse sequenciamento – chegaram a uma mesma conclusão.
O sequenciamento do vírus por meio da vigilância genômica do novo coronavírus é um dos projetos desenvolvidos pela UFPB no enfrentamento à Covid-19. Esses estudos colaborativos e em rede são necessários para definir novas estratégias para controle da pandemia da covid-19 frente ao surgimento e à disseminação de novas variantes circulantes de Sars-Cov-2.
Conforme Vinícius Pieta Perez, o estudo apontou que 65% dos casos são da variante do Rio de Janeiro (P2) e 15% são da variante de Manaus (P1).
“Todas essas variantes novas que têm gerado alguma preocupação e atenção apresentam um tipo de mutação em comum, que é chamada E484K, que tem sido associada também nas variantes da África do Sul e do Reino Unido, com um maior risco de evasão e fuga do sistema imunológico, seriam variantes mais resistentes”, pontua o pesquisador.
Na UFPB, os laboratórios responsáveis por esse estudo, que também teve recursos da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPESQ), são o Laboratório de Biologia Molecular do Centro de Ciências Médicas (Labimol/CCM) e o Laboratório de Endemias do Núcleo de Medicina Tropical, do Centro de Ciências da Saúde (CCS).
Os pesquisadores envolvidos no trabalho fazem parte da Rede Vírus, do MCTI, FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) e CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Rede Corona-ômica-RJ da FAPERJ e da CAPES.
Portal Correio