Professores e servidores da educação entram em greve em Campina Grande e ano letivo pode não começar
Os professores e servidores da educação de Campina Grande decidiram entrar em greve e não iniciar o ano letivo de 2021. A decisão foi tomada de forma unânime em uma assembleia virtual realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste e Borborema (Sintab) na segunda-feira (1º).
As aulas do ano letivo de 2021 em Campina Grande estão previstas para começar em 18 de fevereiro, mas, segundo a assessoria da Secretaria de Educação do município (Seduc), ainda não foi definido qual a modalidade de retorno das aulas. O órgão informou que o secretário de educação, Raymundo Asfora Neto e a secretária executiva da pasta, Socorro Siqueira, estão participando da abertura do IX Seminário de Educação e do XVIII Seminário da Educação Infantil, na manhã desta terça-feira (2), e que um posicionamento oficial sobre a greve deve ser emitido à tarde.
Segundo o presidente do Sintab, Giovanni Freire, a deliberação pela greve foi feita pois a categoria acredita que ainda não é o momento do retorno das aulas presenciais, mesmo que de forma híbrida. “Havia uma circular para que os trabalhadores e profissionais da educação já estivessem nas escolas a partir do dia 8. Nesta circular eles estavam sendo convocados a irem às escolas e participarem presencialmente. A gente questiona justamente isso, porquê já estar presencialmente nas escolas se não há definição de como será o início das aulas”, diz Giovanni.
Na assembleia de segunda-feira, os servidores e professores explicaram que a volta às atividades nas unidades educacionais pode resultar em mortes de profissionais da educação vítimas do novo coronavírus, e citaram o caso da professora Christianne Fátima, diretora de uma escola que morreu no domingo (31). Ela foi homenageada no início da reunião.
Além do posicionamento contra o início das aulas de forma presencial, os servidores e professores também citam como motivos da greve o não pagamento do 14º salário da educação; o não cumprimento das progressões; atrasos na recarga do cartão de passagem e a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
Ainda de acordo com Giovanni, os trabalhadores decidiram também não retornar o ano letivo mesmo que de forma remota, pois não houve uma proposta para a melhoria destas aulas que, segundo os profissionais, aconteceram de forma deficitária em 2020.
G1 PB