O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Bruno Serra Fernandes, foi exonerado do cargo na última sexta-feira (24). A informação foi publicada no “Diário Oficial da União” desta segunda (27).

O mandato de Fernandes terminou no fim de fevereiro, mas os diretores do Banco Central podem seguir nos postos de modo interino até a nomeação de um substituto. Segundo o Diário Oficial, a exoneração um mês depois foi definida a pedido do próprio diretor.

“Em nome do Banco Central, o presidente Roberto Campos Neto agradece ao diretor Bruno Fernandes pelos relevantes serviços prestados ao Banco Central e à Diretoria Colegiada”, diz nota divulgada pelo BC.

O novo diretor de Política Monetária do BC deve ser Rodolfo Fróes. O nome, no entanto, ainda precisa ser aprovado pelo Senado – e a indicação ainda não foi sequer formalizada.

Exoneração de Bruno Serra Fernandes da Diretoria de Política Monetária do Banco Central (BC) — Foto: Reprodução / Diário Oficial da União

Exoneração de Bruno Serra Fernandes da Diretoria de Política Monetária do Banco Central (BC) — Foto: Reprodução / Diário Oficial da União

Em 21 de março, Lula aprovou as indicações que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez para duas diretorias do BC:

  • Rodolfo Fróes para a Diretoria de Política Monetária;
  • Rodrigo Monteiro, que é servidor do Banco Central, para a Diretoria de Fiscalização.

O mandato do atual diretor de Fiscalização, Paulo Souza, também terminou em fevereiro. O diretor chegou a manifestar interesse em um novo mandato mas, com a escolha de Haddad, Souza deve permanecer como interino apenas até o fim dos trâmites no Senado.

Na ocasião, assessores de Lula disseram que os anúncios deveriam ocorrer depois da viagem do presidente à China – que estava marcada para este final de semana, mas não ocorreu porque o presidente foi diagnosticado com pneumonia leve.

Para assumirem os cargos de diretores, não basta apenas a indicação do presidente. Os nomes sugeridos devem passar por uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e ser aprovado pelo plenário da Casa.

Embates com o BC

Embora Lula já tenha conversado com os dois indicados, o presidente pode sofrer pressões para trocar os nomes até o anúncio oficial.

Nos últimos meses, Lula tem travou embates com o Banco Central. Ele critica a manutenção da taxa básica de juros da economia em 13,75% e dirige suas insatisfações ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto.

Desde 2021, o BC é autônomo, ou seja: o presidente do BC tem mandato e não pode mais ser demitido pelo presidente da República.

Por isso, as indicações para as diretorias do Banco Central, prerrogativas do presidente, são uma maneira de Lula colocar nomes mais alinhados ao governo dentro do BC.

G1

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