8 de março: saiba quais julgamentos recentes do STF abordaram direitos das mulheres
Neste 08 de março, marcado pelo Dia Internacional da Mulher, seguem abaixo os julgamentos recentes no Supremo Tribunal Federal (STF) que estabeleceram direitos para as mulheres:
— Em 2012, por 10 votos a 1, o Supremo decidiu que as ações penais fundamentadas na Lei Maria da Penha podem ser processadas mesmo sem a representação da vítima. Ou seja, ainda que a mulher não denuncie seu agressor formalmente ou que retire a queixa, o Estado deve atuar.
— Em 2016, o plenário da Corte decidiu que não pode haver diferença na licença-maternidade concedida à mãe biológica e à mãe adotante: ambas têm direito a, no mínimo, 120 dias.
— Em 2018, a Segunda Turma concedeu habeas corpus coletivo para determinar a substituição da prisão preventiva por domiciliar de gestantes, lactantes e mães de crianças de até 12 anos ou de pessoas com deficiência em todo o território nacional.
Na ocasião, o relator, ministro Ricardo Lewandowski, afimou que a situação degradante nas penitenciárias brasileiras já havia sido discutida e apontou deficiência estrutural no sistema prisional do país, especialmente para a mulher presa.
Segundo o relator, as mulheres estão sujeitas a situações degradantes na prisão, em especial privadas de cuidados médicos no pré-natal e no pós-parto, além de não terem berçários e creches para as crianças. Essa questão estrutural no sistema prisional, na visão do ministro, agrava a “cultura do encarceramento” vigente no país, que se manifesta “pela imposição exagerada de prisões provisórias a mulheres pobres e vulneráveis”.
– Na última semana, o Supremo negou um pedido de uma empresa varejista para revisar uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de que trabalhadoras mulheres têm direito a folgar aos domingos a cada 15 dias. A determinação é prevista no artigo 386 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
Mulheres no Judiciário
Antes de Weber, Ellen Gracie assumiu o posto de presidente do STF, cargo que ocupou entre 2006 e 2008. Cármen Lúcia exerceu a função entre 2016 e 2018. A Corte é formada por 11 ministros.
“Sabemos das enormes dificuldades enfrentadas para a concretização da presença igualitária de gênero não apenas nos tribunais, mas em praticamente todas as relações sociais em nosso país. Condutas e atos discriminatórios detectados no espaço forense são indicativo de que nem sequer o Judiciário, em seus campos de atuação, está imune à cultura de subjugação e de desqualificação do feminino impregnada na sociedade brasileira”, afirmou Rosa Weber na abertura de um evento sobre gênero no Superior Tribunal de Justiça (STJ) na última segunda-feira (7).
R7