O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (24) que bancos multilaterais de desenvolvimento devem aplicar “juros adequados” e canalizar recursos para o enfrentamento à crise climática e à pobreza.

A declaração foi dada durante reunião do G20 na Índia – com participação de ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais. O presidente do Banco Central brasileiro, Roberto Campos Neto, também representa o país no encontro.

Entre os bancos multilaterais de desenvolvimento, estão o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido como banco do BRICs – bloco formado por Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul.

“Essas instituições devem ser bem capitalizadas e flexíveis para apoiar os países em desenvolvimento com financiamento de longo prazo, taxas de juros adequadas e estruturas inovadoras para reduzir riscos, estimular parcerias público-privadas e atrair investimentos privados”, declarou Haddad.

De acordo com o blog do jornalista Valdo Cruz, do g1 e da GloboNews, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acertou com os integrantes do bloco a indicação da ex-presidente Dilma Rousseff para comandar o NBD.

Financiamento climático e juros

Segundo o ministro da Fazenda, o financiamento climático é mais caro para países em desenvolvimento e emergentes, pois as taxas juros cobradas são mais altas — o que dificulta o atingimento das metas de redução de emissão de carbono.

Durante reunião do G20, o ministro Fernando Haddad também afirmou que está preocupado com os níveis de endividamento, principalmente dos países mais pobres.

A dívida das nações emergentes, por exemplo, subiu de cerca de 65% do PIB (Produto Interno Bruto) antes do início da pandemia da Covid-19 para 72% do PIB no fim do ano passado.

“A alta das taxas de juros em meio a fragilidades da economia global agrava o cenário”, disse o ministro da Fazenda brasileiro.

Assim como no Brasil, a maioria dos países tem elevado a taxa básica de juros para conter a alta da inflação, o que compromete o crescimento da economia mundial.

Para Haddad, dispor de mecanismos de “reestruturação ordenada” do endividamento é do interesse de credores e devedores neste momento.

G1

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