O empresário flagrado dentro do próprio quarto estuprando a esposa foi o responsável pela instalação das câmeras que registraram o crime, segundo informou a vítima ao portal g1.

Juliana Rizzo, de 34 anos, contou que Ricardo Penna Guerreiro colocou o equipamento no local ainda no início do relacionamento, suspeitando que a própria filha ou funcionários estivessem furtando bebidas.

Suspeita sobre a filha

Ricardo tinha um espaço no quarto destinado ao armazenamento de bebidas alcoólicas. O casal fazia muitas viagens, e o marido constantemente reclamava que a filha – hoje com 18 anos – estaria usufruindo dos itens.

“Ele sentia falta de bebida e, por conta da filha ser adolescente e [desconfiando] até mesmo de funcionárias, colocou câmeras na casa toda. No era só no quarto, mas tinha na sacada, próximo ao quarto de funcionários, lavanderia, só não tinha nos banheiros”, relatou Juliana.

Estupros com vítima dopada

A vítima era estuprada e agredida por Ricardo enquanto estava dormindo, dopada por antidepressivos e calmantes. Com acesso às imagens por meio de seu celular, ela decidiu denunciá-lo.

“Eu sabia que a filmagem ficava por uma semana, sempre ia lá e via o que tinha acontecido. Mesmo com remédios eu chegava a ter noção do que tinha acontecido, só não tinha condições de ter uma luta corporal com ele”, recordou.

Preso, empresário segue fazendo ameaças

Ricardo foi preso no último dia 27 na cidade de Praia Grande, litoral de São Paulo. A detenção, no entanto, não trouxe paz para Juliana, que alegou estar sendo ameaçada pelo ex e pela atual namorada dele.

“Tive informação de que ela está tendo livre acesso à cadeia para visitá-lo e fez anotações em algum caderno com nome de pessoas que deveria procurar para atentar contra a minha vida. Ela estaria tentando contato com pessoas da facção criminosa”, disse ela.

“Não estou segura, não estou em paz”

Além do medo por sua vida, Juliana conta que teme pela integridade do filho do casal. Em ocasiões passadas, Ricardo chegou a ser agressivo com ele.

Ela também diz ter tomado conhecimento sobre ameaças feitas ao ex-marido dentro da prisão, mas que não deseja “que cometam alguma crueldade contra ele”.

“Só quero que se mantenha preso, não desejo e nem planejo a morte dele, quero a Justiça apenas e me sentir segura”, finalizou.

Entenda o caso

  • Ricardo estuprou a mulher enquanto ela estava desacordada;
  • Sono era efeito de remédios antidepressivos e calmantes;
  • Ela filmou o crime e divulgou as imagens nas redes sociais;
  • Segundo a vítima, o ex a espancou e ameaçou de morte em outras oportunidades, incluindo por mensagem;
  • Em 2000, Ricardo já havia sido condenado por tentativa de homicídio contra seis pessoas;
  • Na época, estava em uma choperia e se desentendeu com o grupo;
  • Ele atirou contra elas junto com outro homem armado;
  • Só estava em liberdade devido a um habeas corpus.

Divulgação. Juliana desabafou na legenda do vídeo publicado que a mostra sendo estuprada pelo ex-marido enquanto estava desacordada.

“Estupro no casamento existe sim. Quando uma mulher não quer ou quando ela está dopada de remédios (como era o meu caso), é estupro. Diversas vezes fui violentada, machucada enquanto estava sob efeito de antidepressivos e ansiolíticos devido a toda depressão e crises de ansiedade que eu adquiri nesse casamento. Esse monstro me destruiu durante muito tempo”, relatou.

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