O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, se reuniu nesta segunda-feira (23) com o novo comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Miguel Paiva.

O encontro acontece dois dias após Paiva ter sido anunciado como novo comandante no lugar do também general Júlio César de Arruda, demitido do cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Após o encontro com o novo comandante, Múcio falou com a imprensa e disse não ter passado orientações ao general.

O ministro também reiterou que, desde os atos terroristas de 8 de janeiro, houve “quebra de confiança”, o que tornou “muito difícil trabalhar” com pessoas “sob suspeita”.

“(O encontro com o novo comandante) Foi ótimo, uma conversa demorada. Ele está animado. Ele vai se reunir com os comandados”, disse o ministro.

Questionado, então, se passou alguma orientação, Múcio respondeu:

“Não. Ele sabe melhor que eu. Quem sou eu para ensinar a ele como lidar com a tropa? Ele tem liderança (…) e as coisas estão tranquilas.”

Investigações

José Múcio também comentou as investigações sobre os atos golpistas e defendeu que a investigação seja “despolitizada”.

O ministro ressaltou ser preciso punir quem teve envolvimento nos atos.

“Tem que se apurar primeiro. Quem for culpado, vai pagar. Quem não for, evidentemente que não. Tem que despolitizar as coisas: quem patrocinou os atos, quem quebrou, quem teve intenção de vandalismo, de golpe, tudo isso”, afirmou.

8 de janeiro

A troca do comando do exército acontece em meio aos desdobramentos dos atos terroristas registrados em Brasília no último dia 8.

Na ocasião, vândalos bolsonaristas radicais invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). Obras de arte foram danificadas, e móveis e equipamentos, destruídos.

Desde então, diversas pessoas foram presas; Lula decretou intervenção federal na segurança pública de Brasília; e o governador do DF, Ibaneis Rocha, foi afastado do cargo.

No último sábado (21), dia em que anunciou a troca no comando do Exército, José Múcio disse que houve uma “fratura” na confiança.

“Evidentemente que depois desses últimos episódios, a questão dos acampamentos e a questão do dia 8 de janeiro, as relações, principalmente no Comando do Exército, sofreram uma fratura no nível de confiança e nós achávamos que nós precisávamos estancar isso logo de início até pra que nós pudéssemos superar esse episódio”, disse o ministro na ocasião.

G1

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.