No 4º dia de protestos contra o resultado das urnas, 21 estados e o DF não têm bloqueios em rodovias
Nesta quinta-feira (3), o Brasil chegou ao quarto dia de protestos de bolsonaristas contra o resultado das eleições realizadas no último domingo (30). Depois de atingir o pico de bloqueios em vias e estradas na terça-feira (1º), o movimento perdeu força e o número de registros de ocupação irregular de rodovias passou a cair
Até a última atualização desta reportagem, não havia bloqueio em andamento nos seguintes estados e no DF:
- Acre
- Amapá
- Amazonas
- Bahia
- Ceará
- Distrito Federal
- Espírito Santo
- Goiás
- Maranhão
- Mato Grosso do Sul
- Minas Gerais
- Paraíba
- Paraná
- Pernambuco
- Piauí
- Rio Grande do Norte
- Rio Grande do Sul
- Roraima
- Santa Catarina
- São Paulo
- Sergipe
- Tocantins
Protestos começaram no domingo
Os primeiros protestos em rodovias contra o resultado das eleições aconteceram ainda no domingo (30), após a confirmação do resultado da apuração. Foram registrados pontualmente protestos com bloqueios em rodovias nos estados de Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Na segunda-feira (31), os bloqueios já ocorriam em 23 estados e no Distrito Federal, a maioria com bloqueio total ou parcial do fluxo de veículos.
Em resposta a pedido da Confederação Nacional dos Transportes e do vice-procurador geral eleitoral, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as polícias militares estaduais agissem imediatamente para liberar as vias ocupadas de forma irregular. O ministro também estipulou multa de R$ 100 mil por hora e eventual afastamento do cargo para o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, em caso de descumprimento da ordem.
Terça-feira (1º) foi o dia com o maior número de protestos registrados até a última atualização desta reportagem: 677, segundo levantamento do g1. No mesmo dia, os governos de pelo menos 13 estados e do Distrito Federal autorizaram a ação de suas polícias militares para desbloquear vias.
Os bloqueios seguiram na quarta-feira (2), mas em número menor do que o registrado na terça: 275, segundo levantamento da reportagem. Ainda na quarta, Jair Bolsonaro (PL) publicou em suas redes sociais um vídeo em que pedia a desobstrução das rodovias.
O presidente já havia citado os protestos em seu primeiro discurso após a derrota nas eleições, feito na terça (1º); na ocasião, disse que “manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas”, mas que não deveriam recorrer a “invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”, métodos relacionados por ele a protestos de esquerda.
Também na quarta, o Ministério Público Federal (MPF) pediu que a Polícia Federal investigue possíveis crimes cometidos pelo diretor-geral da PRF, tanto na atuação da corporação nos bloqueios irregulares nas rodovias quanto nas diversas blitze realizadas no domingo (30), desrespeitando decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes,
Nesta quinta-feira (3), o número de bloqueios caiu drasticamente em relação ao registrado na quarta: foram mapeados 76 pontos de obstrução, contra 275 no dia anterior. Segundo balanço da PRF, 931 obstruções ilegais de vias tinham sido desfeitas desde o início dos protestos.
Também nesta quinta, Alexandre de Moraes pediu à PRF um relatório sobre a atuação da corporação em relação aos bloqueios nas estradas, detalhando o número de multas aplicadas e a identificação de veículos e pessoas autuados.
Fonte: g1.com