Parece que foi ontem, afinal, ele segue esbanjando jovialidade. Mas já se passaram 20 anos desde que o cantor Thiaguinho estreou no reality “Fama”, da Globo, e começou a cativar o Brasil com sua voz. Desde então, cada passo dado na carreira foi transformando o artista em um dos nomes de maior repercussão do samba e do pagode no Brasil. Para comemorar tantas glórias, ele foi o escolhido para protagonizar o retorno do “Som Brasil” à emissora que o lançou. O especial, produzido pela equipe do “Conversa com Bial”, vai ao ar hoje.

— Vai ser uma honra assistir a esse especial. Eu nasci artisticamente na Globo e agora passa um filme na minha cabeça ao me ver sendo homenageado em meus 20 anos de carreira. Ser entrevistado pelo Bial, um dos gigantes do jornalismo, foi uma delícia. Além disso, recebi pessoas muito especiais, como o Péricles. Sou grato pela amizade dele e por tudo que representa na minha vida. Ele fez parte de vários momentos importantes para mim e é muito bom tê-lo ao meu lado em mais um — resume Thiaguinho, de 39 anos.

Criado em 1981, o especial musical já recebeu ícones como Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Ivan Lins. Edição de hoje do programa, o “Som Brasil apresenta: Meu Nome é Thiago André” é exibido logo após “Pantanal”. A homenagem é motivo de celebração para o cantor, que na infância acompanhava as apresentações de seus ídolos na atração.

Pela primeira vez, o público também poderá prestigiar a mãe do artista, Glória Maria, se apresentando com ele. Os dois cantarão a música “Fascinação”, de Elis Regina.

— Foi um dos momentos mais especiais da minha vida. Minha mãe é incrível, ela é minha melhor amiga. Eu herdei esse dom dela, ela foi a responsável por eu seguir o caminho da música, porque ela cantava na igreja e me levava para acompanhar os ensaios do coral — recorda com carinho o namorado de Carol Peixinho.

Seguindo com as comemorações, amanhã Thiaguinho lança o álbum “Meu nome é Thiago André” em todas as plataformas digitais. No novo trabalho, o cantor interpreta músicas de artistas consagrados da MPB.

— A ideia é homenagear os cantores que eu cresci ouvindo e que me influenciaram a ser quem eu sou musicalmente falando, quando nem eu mesmo sabia que seria cantor. Grande parte das minhas referências eu aprendi a admirar por conta dos meus pais, em casa. Cresci ouvindo artistas como Cazuza, Lulu Santos e Benito Di Paula. Nesse álbum, eu quis fugir do óbvio, até porque já havia feito o projeto “Infinito”, em que eu trago 38 músicas minhas e de outros artistas. “Meu nome é Thiago André” busca trazer o que me tornou o Thiaguinho. Meu objetivo também é matar a saudade do público que gosta dessas músicas assim como eu e apresentá-las a quem não cresceu com a felicidade de escutá-las. A música brasileira é muito rica e faz parte de toda a minha história — valoriza o músico.

Para além dos palcos e das músicas, o pagodeiro organizou, junto com a equipe, uma exposição para os fãs na Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), em Presidente Prudente (SP), cidade natal dele. A mostra fica localizada no bloco da faculdade onde Thiaguinho estudou Comunicação Social, no começo dos anos 2000, e traz objetos pessoais como figurinos, troféus, produtos e coleções pessoais do artista. Há 20 anos, essa comemoração era inimaginável para o cantor.

— Quando eu entrei no “Fama”, meu sonho era gravar um álbum. Apesar ser uma grande vitrine, ali foi o início de um sonho. Não passava na minha cabeça as conquistas que eu fui alcançando. Deus me deu muito mais do que eu pedi. Eu só queria viver de música, mas a maneira que eu vivo hoje e muito além do que eu imaginei um dia. Eu cresci em Prudente e achava tudo muito distante da minha realidade. Lembro lá atrás de tudo que já aconteceu na minha vida e só sei agradecer. Foram tantos momentos marcantes, tantos shows, cantar no Maracanã, dividir o palco com o Roberto Carlos, indicação ao Grammy Latino… Fico muito feliz em lembrar disso. Agradeço principalmente ao povo que me deixa fazer parte da vida deles — diz Thiaguinho.

Apesar do sucesso atual, o cantor lembra que o início da carreira foi marcado por diversas dificuldades. Entre as barreiras enfrentadas, o racismo. Entretanto, a paixão pela música sempre foi o maior combustível para ele não desistir do sonho.

— Viver de música no Brasil é um desafio muito grande. A vida não é com um conto de fadas, então eu enfrentei muitas dificuldades ao longo do caminho. Mesmo assim, minha paixão pela música sempre foi maior que tudo isso. Olhando para trás com maturidade, vejo que todos os obstáculos serviram como aprendizado. Eu fico na dúvida se defino o que eu vivo hoje como vitória ou sonho, mas acho que está mais para vitória. Digo isso porque eu tinha um sonho, e depois que eu comecei a viver dentro dele tive que vencer muita coisa, como a timidez, a desconfiança e o preconceito — afirma o artista.

Antes de seguir carreira solo, Thiaguinho foi um dos vocais do Exaltasamba por nove anos e gravou dez discos com o grupo. Depois disso, lançou 11 álbuns, que lhe renderam discos de Ouro e Platina e uma série de prêmios.

— O Exaltasamba tem importância máxima na minha trajetória. O grupo foi minha escola para tudo que eu aprendi hoje. Eu entrei lá com 19 anos e saí com 29, então cresci ali dentro tanto como artista quanto homem. Cantar ao lado do Péricles esse tempo todo foi incrível, eu ficava ali do lado dele observando tudo que ele fazia, desde a forma de cantar até o jeito de se expressar no palco. Eu costumo dizer que o “Fama” foi a minha escola e o Exaltasamba foi minha faculdade — brinca o cantor.

Fonte: ig.com

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