Da euforia às vaias: Botafogo não se impõe em casa e gera primeira tensão com a torcida na ‘era Textor’
O Botafogo convive com a expectativa dos frutos da “era Textor” e o processo de transformação em campo. Sem vencer há três jogos, o Alvinegro não conseguiu se impor diante do Goiás e construir o resultado para voltar ao G4. Ao soar o apito final, a torcida vaiou e alguns entoaram gritos de “time sem vergonha”.
A reação dividiu opiniões nas redes sociais. Para alguns torcedores, a cobrança foi exagerada, mas para outros, o time ainda não teve uma grande atuação na temporada. Com as vaias, surgiram os primeiros momentos de tensão e cobrança sobre o desempenho do time no período da SAF.
O trabalho de Luís Castro ainda está na fase inicial (dez jogos), e reforços devem chegar em julho. Em sua primeira passagem pelo futebol brasileiro, o português sabe que essa oscilação é comum em um grupo formado há pouco tempo. Todavia, é preciso encontrar o equilíbrio técnico, físico e mental para fazer a engrenagem girar.
Por outro lado, a impaciência da torcida é totalmente compreensível perante a euforia que os investimentos de John Textor trouxeram. Um frescor a um clube gigante que sofreu durante décadas com dívidas, elencos limitados, três rebaixamentos e sem ver a estrela solitária brilhar mais forte.
Os trinta mil botafoguenses que estiveram no revés para o Esmeraldino viram o Glorioso dar espaços e cair de rendimento no segundo tempo. O adversário encontrou brechas em uma defesa que só não tomou gol em um jogo no campeonato – no clássico contra o Flamengo. Ainda mais depois da entrada de Pedro Raul, que aplicou a lei do ex duas vezes.
– É muito fácil administrar um grupo com vitórias e difícil administrar um grupo com derrotas. No Campeonato Brasileiro, com jogos tão apertados, vitórias e derrotas acontecem por uma diferença mínima. Assim, são poucas as equipes que conseguem uma sequência de vitórias. As outras vão oscilando. Isso tudo me mostra que temos uma equipe mais madura, que sabe o que fazer, mas que em algum momento do jogo vacila e não reencontra o caminho – disse Luís Castro.
Sob seus domínios, os números são preocupantes neste início. A equipe de General Severiano tem apenas a décima sexta melhor campanha jogando no Rio de Janeiro com 4 pontos (uma vitória, um empate e duas derrotas, marcou 6 gols e sofreu 7). E quando saiu de campo com os três pontos, também não foi bem como no confronto diante do Fortaleza.
Não existe fórmula mágica, muito menos o Botafogo terá uma espinha-dorsal pronta em junho. O trabalho apresenta organização e estruturação tática, mas a tarefa é ser mais efetivo na frente e equilibrado na defesa. Para voltar a pontuar, o time terá que saber lidar com as críticas para tentar evoluir e corresponder em campo o apoio da torcida nas arquibancadas.
Para alçar voos maiores já na primeira temporada de SAF, o desafio é fazer com que o time torne-se competitivo e não oscile tanto nos 90 minutos. No Nilton Santos, a questão psicológica de querer vencer a qualquer custo tem feito com que pontos fiquem pelo caminho. Fora a questão técnica de um time que precisa de reforços, ainda mais no setor de meio de campo para a construção das jogadas.
Na quinta, Luís Castro terá mais um desafio, desta vez fora de casa. Medir forças contra o Palmeiras, atual bicampeão da Libertadores e com um time ‘pronto’. Depois disso, mais uma sequência no Rio diante de Avaí e São Paulo.
fonte: terra