Com respaldo do elenco, Fernando Diniz tem reencontros e missão de recuperar jogadores no Fluminense
Pressionado com duas vitórias em seis jogos e atuações ruins, o Fluminense iniciou nesta segunda-feira a nova “Era Fernando Diniz”. Dentre muitas missões, o substituto de Abel Braga, que entregou o cargo na última semana, terá como um desafio recuperar jogadores que não estão rendendo tudo que podem. Essa, inclusive, foi uma constante na primeira passagem dele em 2019. Daquele elenco, o treinador vai reencontrar seis jogadores, além do atacante Fred e do volante Felipe Melo, com quem esteve junto quando era jogador.
O elenco, inclusive, teve papel fundamental na chegada de Diniz após Abel entregar o cargo. Os jogadores apoiavam o antigo treinador, mas, diante da saída, sinalizaram para a diretoria a vontade de trabalhar com o velho conhecido. E não só quem esteve com ele anteriormente mas também outros que já atuaram contra. Isso, somado ao apreço do presidente Mário Bittencourt pelo profissional e a vontade dele mesmo de retornar, fez tudo se desenrolar rápido.
No caso dos dois veteranos citados, Diniz foi companheiro de Fred no Cruzeiro em 2003 por sete jogos (uma vitória, dois empates e quatro derrotas) entre setembro e dezembro. Já com Felipe Melo os dois não chegaram a jogar juntos no Flamengo em 2003. O treinador estreou em abril dias antes da última partida do jogador pelo clube.
Do elenco atual, quem já esteve com Fernando Diniz são os goleiros Muriel (seis jogos, virou o titular logo que chegou em julho) e Marcos Felipe (reserva). Os zagueiros Nino (26 jogos, titular) e Matheus Ferraz (32 jogos, titular, se lesionou em junho), além do lateral-esquerdo Marlon (seis jogos, perdeu espaço e acabou emprestado) e do meia Paulo Henrique Ganso, um dos maiores casos de sucesso (27 jogos, titular). Calegari chegou a integrar o profissional, mas não jogou. Luccas Claro chegou só no final do ano.
– Falei uma vez só sobre esse episódio do Tchê Tchê, e a minha relação com o jogador é muito mais do que aquilo que aparece. A minha vinda para cá tem uma participação dos jogadores, daqueles que jogaram comigo e daqueles que jogaram contra mim. O que eu faço com o jogador é uma relação amorosa que só quem fecha com o amor entende. A principal missão da minha vida é ajudar o jogador de futebol a ter uma vida digna por meio do futebol. Eu tenho uma preocupação com os jogadores que quase ninguém tem, uma preocupação de pai para filho – afirmou o treinador quando perguntado sobre o trato com os atletas.
O Fluminense não fez o ano esperado em 2019, apesar de algumas atuações boas. O próprio treinador admitiu que os resultados precisam ser melhores. No entanto, uma qualidade foi a capacidade de revelar e ajudar os jogadores no desenvolvimento. Naquela época, por exemplo, Nino havia acabado de chegar do Criciúma, Allan ainda não era consolidado, assim como Caio Henrique, que se encontrou quando deslocado para a lateral. Jovens como João Pedro e Marcos Paulo também acabaram indo bem com Diniz.
– O Nino era um desconhecido, Allan, Caio Henrique, Yony González, João Pedro, Marcos Paulo, Miguel… foi um celeiro de preparar jogadores que, praticamente ninguém, conheciam, para estourarem no cenário nacional. Teve muito resultado também naquele time, a campanha do Campeonato Brasileiro, em termos de números, não foi boa, mas teve muita coisa positiva naquele momento – afirmou Diniz.
Diniz tentará e precisará fazer isso novamente em 2022. Até jogadores que vinham bem no início da temporada, como Jhon Arias, Luiz Henrique (que sairá no meio do ano), André, Yago Felipe, Martinelli, Calegari e o próprio Germán Cano, precisam voltar a performar. Nomes como Willian, Nathan e Caio Paulista, por exemplo, seguem sem entregar e vão tentar ganhar mais espaço com o novo comandante.
O Fluminense volta a campo nesta quarta-feira para o jogo da quarta rodada da Copa Sul-Americana diante do Junior Barranquilla (COL) no Maracanã, às 21h30. A partida vale a sobrevivência na competição. No domingo, o time visita o Palmeiras às 16h.
Fonte: terra