Autor de dez estupros na PB é identificado pelo NCAP, após cruzamento de DNA e uso sistema Pandora
O combate à criminalidade ganhou, nos últimos anos, diversos recursos para auxiliar nas investigações e identificação de criminosos. Um deles é o sistema Pandora, que cruza dados de DNA de suspeitos e obtém um número maior de elucidação dos crimes, em especial dos crimes sexuais e contra a vida, ajudando a diminuir a impunidade na Paraíba. Através dessa ferramenta, um maníaco, autor de dez estupros na Paraíba, foi identificado, após cruzamento de dados genéticos das vítimas.
Nesta quarta-feira (20), o promotor de Justiça, Túlio Cesar Fernandes Neves, explicou que sistema “Pandora” – idealizado, desenvolvido e implementado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) – oferece apoio à investigação com o objetivo gerar dados que permitam a detecção de autores de crimes hediondos e sexuais.
“Na quarta-feira passada, fui ao IPC, em inspeção ordinária, e o pessoal do DNA me mostrou um caso de 10 vítimas estupradas por uma pessoa, que teve o seu perfil genético identificado fazendo o cruzamento dos dados com o PJE e a ferramenta Pandora, consegui identificar o estuprador. Dos 10 casos, apenas em um caso foi reconhecido e condenado, o resto teve IPL mas arquivados ou nem IPL instaurado. Parabéns ao Gaeco e ao Pandora que foi fundamental para identificar o acusado”, comemorou.
De acordo com o promotor, o acusado já se encontra preso no Roger, por um outro crime também de estupro. “Através de informações da Secretaria de Administração Penitenciária descobrimos o paradeiro desse criminoso, para que ele seja indiciado por esses outros estupros. Em alguns casos, nem inquérito tinha, das nove vítimas, seis tinham inquérito e outras três nem tinham. Elas foram para o Hospital, onde foi feito o colhimento do DNA, mas não procuraram a delegacia para instaurar inquérito, e agora isso será possível. Vamos localizar as vítimas, onde elas se encontram, e partiremos para ouvi-las, além de pedirmos a reabertura de inquérito com provas novas”, destacou.
“O pessoal do IPC está colhendo DNA de crimes hediondos e estupro. Então, quando fazem o confronto, identificam os autores. Isso ocorreu após uma lei de 2017 que obrigou o fornecimento de dados do material genético de suspeitos e das vítimas. Ao extrair esse DNA é possível fazer a identificação. Nos últimos anos, esse trabalho passou a dar esses frutos”, disse.
“Muitos inquéritos foram arquivados por falta de autoria, agora, como identificamos o autor, vamos provocar a Justiça para desarquivar esses inquéritos e passaremos a fazer a denúncia contra esse acusado, só tínhamos um processo em que ele foi identificado. Vamos pedir para reabrir o caso para que a Polícia possa indicar e o Ministério Público faça a denúncia” explicou.
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