Um cachorro vira-latas passou mais de 24 horas “guardando” o corpo de outro cão que morreu atropelado em Xanxerê, no oeste de Santa Catarina. O caso chegou ao conhecimento de um grupo de cuidadoras de animais da cidade, na última terça-feira (1), e as fotos do ocorrido foram divulgadas nas redes sociais.

O registro foi feito no bairro de Jardim Tarumã e mostra um animal cor de caramelo ao lado de outro, branco, que estava desacordado na pista.

De acordo com Edilene Balen, membro de um grupo de cuidadoras de animais na cidade, o animal atropelado tinha tutor, mas costumava acompanhar o colega pelas ruas.

Ela tomou conhecimento do fato um dia após o atropelamento, na última terça-feira (1º), e publicou a foto nas redes sociais para “mostrar a lealdade de um animal inocente para com seu amigo”, mas não esperava a repercussão do caso.

Mais de uma pessoa acionou a cuidadora para falar da situação do bicho ao lado do cão atropelado. Todos narravam que o animal se recusava a deixar o amigo.

“Na segunda-feira, aqui choveu muito e ele permaneceu debaixo de chuva. Uma moça que passou pelo local no momento da chuva forte disse que ele estava tentando puxar o amigo dele de cima da via, tirar da rua e puxar para o lado, acredito que para proteger. É de rasgar a alma da gente esse fato”, explica em conversa com o UOL.

O corpo do cachorro atropelado foi retirado da via ainda na terça-feira pelo tutor dele. Na manhã de hoje, uma das voluntárias do grupo de Edilene foi até o local, alimentou o vira-lata caramelo e viu que ele tinha feito uma nova amizade com outra cadelinha.

À tarde, porém, Edilene voltou ao bairro e não encontrou o cachorro no local no qual ele costuma ficar. Ela não sabe se ele se escondeu ou se foi levado para casa por alguém.

Animal está para adoção desde outubro

O amigo fiel que passou mais de 24 horas guardando o cachorro atropelado é acompanhado pelo grupo de voluntárias desde outubro, mas até o momento não conseguiu adoção, ao contrário de outros companheiros dele que viviam nas ruas de Jardim Tarumã.

“A outra amiga que ficava com ele era peludinha, bonitinha e conseguiu um lar facilmente. Ele, por ser sem raça definida, um ‘caramelo comum’, não conseguiu ninguém que se interessasse até o momento”, conta a voluntária.

O grupo de Edilene trabalha com a causa animal na cidade há 10 anos e vive de doações. Ele faz eventos para arrecadar fundos e, além de fornecerem rações e remédios e campanhas de castração, fazem buscas ativas por donos para os bichos.

UOL

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