Jornalista é agredido a socos, entra no ar ensanguentado e denuncia ataque: “Sofri um atentado”
O jornalista Daniel Carniel, apresentador de um programa na Adesso TV, foi agredido com socos e chutes na tarde da última sexta-feira quando chegava para trabalhar na emissora, situada na cidade de Garibaldi, no Rio Grande do Sul. Mesmo ensanguentado, o âncora entrou no ar para denunciar a agressão definida por ele como um “atentado”.
— Estou começando o programa de uma maneira diferenciada, ainda não me limpei. Há poucos minutos sofri um atentado — disse Carniel assim que a transmissão foi iniciada. O jornalista estava com o nariz e a boca cobertos de sangue.
Carniel descreveu as agressões. De acordo com ele, um homem esperou sua chegada e começou as agressões assim que confirmou a identidade do jornalista.
— O rapaz estava de tocaia, perguntou que era o Daniel Carniel. Quando falei que era eu, ele começou a me agredir fisicamente, me jogou para dentro do hall de entrada do prédio onde funciona a TV, começou a me chutar e dizia o seguinte: ‘Isso é pelas denúncias que você está fazendo na TV — afirmou o apresentador.
A vítima ainda tentou se defender. Carniel contou que caiu com o soco e, em seguida, o agressor passou a dar chutes. Sem conseguir levantar, ele procurou apenas proteger a cabeça.
Carniel também disse que já tinha sido “avisado” para cuidar da própria segurança. E reafirmou que o ataque foi motivado por sua atuação como jornalista.
A Brigada Militar esteve na emissora logo após as agressões. E segundo a Rádio Gaúcha, a Delegacia de Polícia de Garibaldi abriu um inquérito para investigar a autoria, as circunstâncias e a motivação do crime.
Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) condenou o ataque.
“A Abraji denuncia e repudia essa agressão e cobra uma investigação rápida da polícia para que os agressores sejam punidos. É mais um ataque à liberdade de imprensa, numa escalada da violência física e moral contra os jornalistas brasileiros. Casos como o de Garibaldi não podem ficar impunes sob pena de incentivar esses tipos de agressão”, diz o texto da Abraji.
Fonte: O Globo