Cirurgia de aumento peniano tem fila de espera em clínica de Santa Catarina após cantor sertanejo fazer a operação
A clínica de Blumenau, no Vale do Itajaí, que fez a cirurgia de aumento peniano do cantor Tiago, dupla sertaneja de Hugo, registrou uma alta na procura após o artista falar sobre o procedimento. O estabelecimento precisou criar uma fila de espera para atender os pacientes.
O cantor fez a cirurgia em 6 de julho. “Antes do Tiago, não havia fila de espera. Agora, há fila de espera. De quantas pessoas é difícil precisar. Muitos pacientes ainda estão fazendo exames. Mas só consigo marcar cirurgia para outubro agora”, contou o médico responsável pelo procedimento, Cláudio Eduardo Pereira de Souza.
A chamada faloplastia é um procedimento que consiste no aumento do comprimento do pênis e no aumento de seu diâmetro. Como toda cirurgia, o procedimento tem riscos, deve ser feito em ambiente seguro, por um médico com registro profissional ativo e após a realização de exames.
Segundo Cláudio Eduardo Pereira de Souza, a demanda pela cirurgia praticamente dobrou. A clínica fazia de uma a duas cirurgias de aumento peniano por semana. Agora, são de três a quatro.
O procedimento cirúrgico tem o período de duração de duas horas. O paciente fica internado e recebe alta no mesmo dia. “Por exemplo, se a cirurgia for meio-dia, o paciente interna 10h, opera meio-dia, 14h e acaba a cirurgia e 20h recebe alta”, disse o médico.
“O paciente ele necessita estar acima de dezoito anos, ter os seus pré-operatórios com resultados normais, ter uma boa saúde e se incomodar com o tamanho do pênis”, resumiu.
Como todo procedimento cirúrgico, há riscos. “Toda cirurgia tem seu risco. Nenhuma delas é isenta. Porém, são riscos baixos e controlados”, afirmou.
A operação tem três etapas:
- lipoaspiração na região pubiana com intuito de coleta de gordura;
- liberação do ligamento suspensor do pênis para obtenção do ganho do comprimento;
- utilização da gordura previamente lipoaspirada para enxertar ao redor do pênis para se ganhar o diâmetro.
“Em relação à restrição pós-operatória, o paciente urina normalmente. Como ele urina antes da cirurgia, ele vai continuar urinando, claro com o pênis um pouco mais inchado, mas sem restrição alguma. E, claro, os primeiros dias pede-se que o paciente mantenha certo repouso. Não é a vida como antes. O paciente, pelo menos nos primeiros dias, vai ter que descansar um pouquinho mais, evitar ficar andando pra baixo e pra cima. Vai ter que utilizar um modelador cirúrgico”, disse o médico.
O paciente também precisa ficar um mês sem fazer sexo. O resultado pode variar de 3 a 5 centímetros a mais de comprimento e cerca de 30% a mais de diâmetro.
A cirurgia é estética. O Ministério da Saúde confirmou que ela não é feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Reflexão
O chefe de atendimento psicológico da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), professor Aurivar Fernandes Filho, disse que é importante refletir antes de se submeter a uma cirurgia desse tipo.
“Quando a gente fala de pênis, as pessoas remetem à questão do falo. O falo como representante de poder. O falo não necessariamente existe, ele é mais uma representação, é um símbolo. O pênis acaba encarnando essa representação desse poder”, declarou.
Para o psicólogo, é preciso pensar no que o resultado do procedimento representa ao paciente.
“Importante ele tentar refletir qual é o significado que o alongamento do pênis será para ele. Quando faço esse aumento peniano, de que maneira irá me afetar, positiva ou negativamente. Eu pensei nos prós, eu pensei nos contras. Eu estou fazendo por mim, estou fazendo para o outro e de que maneira isso deve me afetar psicologicamente”, resumiu.
“Às vezes, a busca [pela cirurgia] pode ser por causa do próprio sofrimento mental, às vezes por a pessoa se sentir menor por ter o pênis talvez pequeno. Eu diria para primeiramente refletir sobre essas questões”, disse o professor.