O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, confirmou durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 nesta terça-feira (11) que houve um pedido para a alteração da bula da cloroquina.

O documento queria adicionar que o remédio, que tem ineficácia cientificamente comprovada contra a doença, fosse usado para tratamento contra o coronavírus Sars-CoV-2. Com isso, Torres confirmou a acusação que o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta contou aos senadores no dia 4 de maio.

“O documento foi comentado pela dra. Nise Yamaguchi, e eu tenho que dizer que tive uma reação até deselegante porque aquilo não poderia acontecer. Só quem pode modificar uma bula é a agência reguladora desde que seja solicitado pelo detentor da fórmula. […] Quando houve a proposta de fazer isso, me causou uma reação mais brusca”, pontuou Torres.

Explicando que uma alteração do tipo só pode ser feita após a farmacêutica apresentar um “grande dossiê” informando sobre novos usos, o presidente da Anvisa disse ainda que não sabe quem escreveu o texto.

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