A presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), desembargadora Agamenilde Dias, não descartou, na noite desta segunda-feira (29), a presença de Tropas Federais para a segurança das eleições na Paraíba. Em entrevista ao jornalista Heron Cid, a magistrada informou que o TRE-PB vai mapear as situações de acirramentos políticos no estado e o pedido “ocorrerá a partir de cada necessidade”.

“Neste momento, estamos detectando pontos de preocupações e reivindicações que efetivamente merecem uma ação mais presente, mais forte da Justiça Eleitoral. Tudo aquilo que estiver dentro do regramento legal nós tomaremos as providências porque o importante é que essas eleições se desenvolvam com tranquilidade”, enfatizou a desembargadora.

Violência política de gênero

Terceira mulher a presidir o TRE-PB na história, Agamenilde Dias contou o esforço que a Corte tem feito para combater a violência política de gênero, que consiste em atos de ataque à mulher  e toda a sua participação e qualidade como sujeito ativo e cooperador de uma sociedade.

Recentemente, o Tribunal decidiu aplicar punição num caso envolvendo a deputada estadual Camila Toscano (PSDB). “Eu espero que a Justiça Eleitoral tenha dado o seu recado e que esse recado sirva, tenha o efeito pedagógico já nesse processo eleitoral que se iniciará em breve”, ressaltou.

A Corte Eleitoral paraibana também cassou o mandato de muitos vereadores acusados de fraudar à cota de gênero ou de se beneficiar de candidaturas laranjas nas eleições municipais de 2020.

Carreira 

Agamenilde Dias também fez revelações sobre sua carreira e trajetória até chegar ao cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça da Paraíba.

Natural de Bonito de Santa Fé, no Alto Sertão paraibano, ela até pensou em entrar para a área de Comunicação Social, pelo caráter de conscientização da profissão, mas, inspirada numa juíza de forte atuação na sua cidade natal, optou pelo Direito.

Para as mulheres que almejam um dia atingir esse feito, Agamenilde sugere muito preparo para enfrentar os desafios, mesmo já  havendo uma abertura em um mundo onde a maioria dos cargos ainda é ocupado por homens.

“É uma concorrência imensa. Ainda é muito desafiador chegar à jurisdição, ocupar,  preencher e ser membro de um tribunal que você sempre serviu. O que me trouxe ao tribunal foi o currículo e o serviço prestado”, arrematou.

MaisPB

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