Brasil: Governo quer monitorar as emoções do povo. Quanto vale nossa privacidade?
O governo Lula pretende desembolsar quase 200 milhões de reais, com o objetivo de monitorar a popularidade da administração federal nas redes sociais, através principalmente do uso da Inteligência Artificial.
Essa será a maior licitação da história da Secretaria de Comunicação do país, visando a melhor proposta técnica e não necessariamente o preço. Ou seja, a ordem é não economizar. Serão 14 serviços divididos em 77 produtos, entre eles, capturar e analisar as emoções e os sentimentos do povo brasileiro com relação ao governo, o que representa 36% do valor total da contratação.
O que se sabe sobre o tema, ainda é muito superficial, por isso não vou arriscar apresentar uma opinião formada sobre o assunto. Ao contrário, irei apenas apontar aspectos relevantes para um debate inicial.
Vou começar tratando sobre o risco do governo praticar invasão de privacidade, já que tenho dificuldade de imaginar um monitoramento nas redes sociais, sem ameaçar a vida privada do cidadão.
Esse contexto nos lembra a importante obra: 1984, de George Orwell, retratando uma realidade, em que a Inglaterra é comandada por um regime totalitário que vigia a população. O que traz a lume, outra preocupação que devemos ter em mente: Cabe na mesma frase, monitoramento e democracia, num país livre como o Brasil se propõe a ser? A resposta é bem evidente.
Será mesmo que nessa nação tão cheia de problemas, que vão desde falhas na saúde, educação, carestia, fome, falta de estradas, violência e um presidente com indicadores de baixa popularidade, o governo precisa monitorar qual o sentimento das pessoas? Eu creio não ser necessário tanto esforço. No ditado popular: “Tá na cara”.
Para não dizer que não falei das flores, existe quem defenda, que o tal monitoramento nas redes sociais, pode ajudar o governo a entender melhor o que a sociedade deseja. Mas, a que preço? Nem vou vou falar aqui, do risco de todas essas informações serem usadas politicamente, fica para uma próxima coluna.
Espero que as autoridades que fiscalizam o governo federal, assegurem um amplo debate sobre esse tema que não parece ser assim, tão simples.
Lázaro Farias