Chegada de mais ônibus e o desafio do transporte público em João Pessoa
A Capital da Paraíba recebeu hoje um reforço de 35 ônibus novos para ampliar a frota de transporte público neste seguimento. O anúncio foi feito pela prefeitura da cidade, ressaltando que 5 unidades oferecem o opcional do ar condicionado, ampliando portanto, os chamados “geladinhos” de 20 para 25 unidades. O governo local também informou, que já foram adquiridos mais de 100 veículos zero quilômetro no último ano.
Um avanço inegável e que poderia ser maior, se a cidade não tivesse abandonado nas ultimas décadas, uma pauta tão importante como é o transporte público, demostrando pouco interesse inclusive, na compra de novos ônibus. A retomada, de fato, representa progresso e mais qualidade de vida para a população que precisa do serviço.
Mas é preciso destacar que o desafio ainda é muito grande. Por exemplo, a frota de 25 geladinhos, está muito desproporcional. O ideal seria o ar acondicionado em todos os veículos que oferecem o serviço, no entanto, atingir o patamar de metade, seria de bom tamanho.
Outro desafio é o corredor exclusivo para ônibus nas ruas de João Pessoa. Precisamos avançar mais com inteligência e planejamento, mas acima de tudo, coragem para enfrentar o tema que não agrada a população que tem carro próprio. A lógica de priorizar nos espaços urbanos veículos leves, aos invés de transporte coletivo, precisa ser revertida. A tese defendida por alguns, de ruas apertadas, que não foram projetadas para tal finalidade, precisa deixar de ser usada como uma desculpa, nos dias atuais, essa defesa é sinônimo de quem não estuda sobre o tema, por isso, beira a ignorância.
E por fim, o maior de todos os gargalos, o preço da tarifa. O povo de João Pessoa merece o melhor transporte público do mundo, afinal é no movimento das camadas populares que essa cidade cresce. É no vai e vem do trabalho do pessoense nos ônibus da vida, que a gente fortalece a economia e empurra a Paraíba para a frente.
O povo merece o melhor transporte com o menor preço possível. Mas o fato, é que tudo que é melhor, tem um preço a se pagar. Se por um lado a população tem o merecimento, por outro, os empresários precisam pagar a conta do ônibus novo, não poluente e climatizado.
Nessa perspectiva, separar o merecimento do preço, é desleal, vazio e fantasioso. E é ai que entra a necessidade do financiamento público, para subsidiar uma tarifa justa para quem usa e viável para quem fornece o serviço. Entre avanços e desafios, seguimos nesse debate tão importante e que está longe do fim.
Lázaro Farias