Na tarde desta terça-feira (27/2), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai prestar depoimento à Polícia Federal (PF) sobre o inquérito que o investiga por importunação com uma baleia-jubarte no litoral norte paulista, ocorrido em junho do ano passado.

O depoimento esta agendado para começar às 14h30 na Superintendência da PF de São Paulo, situada no bairro da Lapa, zona oeste da capital. Bolsonaro, desde o fim de semana, estava hospedado no Palácio dos Bandeirantes, a sede do governo paulista e residência oficial do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O Ministério Público Federal (MPF) alega que Bolsonaro se aproximou de uma baleia a cerca de 15 metros de distância durante uma viagem a São Sebastião. A legislação proíbe a aproximação de qualquer espécie de baleia com motor ligado a menos de 100 metros de distância, e a lei prevê pena de dois a cinco anos de prisão, além de multa, em casos de “molestamento intencional” da espécie.

O advogado Fabio Wajngarten, que acompanhou Bolsonaro na viagem, também foi intimado a prestar depoimento.

Em seu perfil no X (ex-Twitter), Wajngarten escreveu que avistar animais marinhos no litoral norte de SP nunca “gerou notícia” ou “intimação processual”. Falou que “bastou o presidente Jair Bolsonaro visitar o litoral que a perseguição política, jurídica e midiática viessem à tona”.

Bolsonaro manifestou sua insatisfação com o inquérito durante um discurso para seus apoiadores na Avenida Paulista, no domingo (25/2), alegando ser alvo de perseguição. Ele mencionou outras investigações em andamento, incluindo acusações relacionadas a um suposto esquema de venda de joias sauditas que teriam sido presenteadas à Presidência da República.

“É joia, é questão de importunação de baleia, é dinheiro que teria mandado para fora do Brasil. É tanta coisa que eles mesmos acabam trabalhando contra si”, afirmou Bolsonaro.

Esta é a segunda vez, em menos de uma semana, que o ex-presidente presta depoimento à PF. Na quinta-feira (22/2), ele foi ouvido no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.

O depoimento sobre o caso da baleia havia sido inicialmente marcado para o início do mês (7/2), em São Sebastião, mas foi adiado e teve o local alterado pela PF após identificar manifestações pró-Bolsonaro na região. O ex-presidente manteve um ato com seus apoiadores na cidade mesmo após as mudanças, declarando: “A baleia é nossa”.

Gutemberg Cardoso