Após suspeitas, grupo chinês desiste de investir R$ 9 trilhões em Mataraca, na Paraíba
O grupo chinês que prometeu investir R$ 9 trilhões na construção de um porto de águas profundas e uma cidade futurista em Mataraca, no litoral norte da Paraíba, desistiu do negócio. A informação foi confirmada pelo líder do grupo, Jianing Chen, em entrevista à Folha de São Paulo nesta segunda-feira (25/12).
A decisão do grupo chinês ocorre após o Ministério Público da Paraíba abrir uma investigação para apurar a legalidade do projeto. O vice-cônsul da China no Recife, He Yongwei, também havia declarado que o suposto negócio pode ser uma fraude.
Em entrevista à Folha, Chen afirmou que vai investir em “outro projeto de investimento maior em outro estado do Brasil”. Ele não deu mais detalhes sobre o novo projeto.
O grupo chinês, chamado Brasil CRT Construção de Nova Cidade Ltda., não tem site, telefone ou experiência prévia comprovada. A empresa foi fundada em 2023 e tem sede em São Paulo.
O ousado projeto anunciado pelos chineses custaria quase o PIB do Brasil, em 2022, e é 450 vezes o Orçamento de R$ 20 bilhões, da Paraíba, previsto para 2024. Já o balanço bilateral China-Brasil de 2023 é só 844 bi reais.
Questionamentos sobre o projeto
Questionado sobre a origem dos recursos para o investimento, Chen afirmou que “quando o projeto começar, vocês vão ver quais consórcios de investidores estão envolvidos”. Ele também disse que “grilos de verão não podem falar sobre o gelo, e sapos de poço não podem falar sobre o mar”.
A empresa também não respondeu às perguntas sobre quantos funcionários trabalham na Brasil CRT hoje ou qual é a sua experiência em construção.
Reação da prefeitura de Mataraca
A prefeitura de Mataraca, que havia assinado um protocolo de intenções com o grupo chinês, informou que está “aguardando mais informações” sobre a decisão de desistir do projeto.
O que vem a seguir?
Ainda não está claro o que vai acontecer com o terreno onde o projeto seria construído. O Ministério Público da Paraíba deve seguir investigando o caso.
PB Agora