Caso Júlia: Polícia indicia mãe por homicídio doloso qualificado; processo é enviado ao TJ
A Polícia Civil concluiu, na última quarta-feira (01), o inquérito sobre o caso Júlia Cavalcante, menina de um ano assassinada no mês passado pela própria mãe dentro do berço em João Pessoa. O delegado Diego Garcia indiciou a acusada, Eliane Nunes da Silva, por homicídio doloso, quando há intenção de matar, qualificado por motivo fútil e agravante por ter sido cometido contra menor.
Agora, caberá ao Ministério Público da Paraíba se manifestar sobre o caso. Eliane foi presa em flagrante logo após cometer o crime e ir até a Central de Polícia, no bairro do Geisel, para informar aos agentes que tinha acabado de matar a garota.
Relembre o caso
Ré confessa pela morte brutal da menina Júlia Cavalcante, de um ano, Eliane Nunes da Silva, mãe da vítima, detalhou à Polícia Civil como matou a filha no dia 26 de outubro dentro do apartamento da família, em João Pessoa.
Presa em flagrante, ela passou por audiência de custódia e foi encaminhada para Penitenciária Feminina Júlia Maranhão, no Bairro de Mangabeira, na Capital, onde segue detida.
O Portal teve acesso ao depoimento da acusada e passa a transcrever como a mulher agiu e assassinou a criança por motivo fútil.
Passava das 10h40 da manhã. Na Central de Polícia, no Bairro do Geisel, agentes se deparam com uma mulher ainda com sangue nas mãos afirmando que tinha acabado de cometer um crime. A vítima, a própria filha.
Surpresos, os agentes foram até a residência onde o fato teria acontecido. Chegando no quarto da garota, crueldade. O berço que deveria ser o local de tranquilidade, virou cena de terror para a pequena Júlia.
Antes de ser assassinada, Júlia estava brincando no corredor com outras crianças, como detalhou um dos vizinhos da família à Polícia. Ao ser interrogada pelos policiais, a mãe admitiu o crime. O motivo, segundo ela, após ter recebido uma mensagem do ex-companheiro terminando o relacionamento. Por isso, tinha ficado com raiva e acabou cometendo o assassinato.
Eliane afirmou aos agentes de investigação que usou uma faca peixeira. Com a arma, desferiu cerca de dez golpes enquanto a menina estava deitada no berço e acordada. Os ferimentos atingiram o abdômen, costas e pescoço.
Enquanto matava a filha, a mãe disse aos policiais que chorava. No depoimento, refutou a tese de “doença ou qualquer problema mental”. Afirmou que lembra de todo ocorrido e, por tanto, nas palavras dela, não houve surto psicótico.
Ao ser ouvido, o pai da menina Júlia disse que Eliane sempre demonstrou ter um temperamento forte, mas nunca imaginava que ela pudesse a chegar a matar a própria filha.
Delegado comenta caso
Covardia, crueldade, malícia e maldade. Foram com essas palavras que o delegado Diego Garcia, responsável pelas investigações, descreveu a mãe que assassinou sua própria filha a facadas, em João Pessoa. Ele revelou o quão “tranquila” a mulher de 27 anos estava após cometer o crime.
“Desde o primeiro momento, é estudado o comportamento dessa mulher. Nossos policiais notaram uma relativa tranquilidade para uma pessoa que cometeu tamanha atrocidade. E viram que ela estaria mais preocupada com o que poderia acontecer com ela mesma do que ela tinha feito com a criança”, revelou o delegado Diego Garcia.
O delegado afirmou que “o caráter criminoso” da acusada pode ser identificado a partir da consciência que ela tinha sobre o crime. A mãe explicou detalhadamente às autoridades policiais como utilizou a faca contra a filha e também toda a motivação que a levou a cometer o ato. Por essa razão, um surto psicótico ou qualquer transtorno foi descartado.
“A hipótese de surto, no meu humilde parecer, está totalmente descartado. Ela lembra detalhadamente de tudo que ocorreu, inclusive da motivação que levou ela a cometer esse ato. Então, uma pessoa sã, que, por pura covardia, crueldade malícia e maldade, resolveu tirar a vida de sua criança”, detalhou.
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