O pastor Péricles Cardoso de Melo, acusado de aplicar golpes estimados em R$ 3 milhões, vai se entregar à Justiça na próxima quarta-feira, 1º de novembro. O religioso teve a prisão preventiva decretada no final de setembro, mas ainda não tinha sido localizado pelas Forças de Segurança.

O advogado do pastor, Robério Capristano, informou que esse foi o dia em que o juiz que decretou a prisão preventiva. “Quero levar direto ao juiz titular, porque ele quem vai me ouvir e decidirá se ele ficará preso ou não. Ele não se apresentou antes porque o juiz havia entrado de férias, mas ele volta dia 1º e o pastor agora vai se apresentar”, esclareceu Robério Capristano.

A intenção da defesa é tentar junto à Justiça que no momento em que seja cumprido o mandado de prisão, o juiz revogue a preventiva. Péricles planeja se entregar às 8h no Fórum de Mangabeira, em João Pessoa.

No início do mês, Péricles chegou a gravar um vídeo para negar as acusações. Ele, no entanto, disse que não conseguiu pagar as dívidas feitas para as “obras da igreja” usando os cartões dos fiéis que frequentavam a Assembleia de Deus. “Eu não fugi e não sou ladrão. Estou bem perto. Eu vou chegar, está tudo com meu advogado. Ele vai abrir uma ação contra você que deu entrada na delegacia contra mim e minha esposa”

Em parecer encaminhado à justiça, a promotora Gláucia Maria de Carvalho Xavier, do Ministério Público da Paraíba (MPPB), se manifestou pela decretação da preventiva.

Segundo a promotora, ficou claro durante a investigação por parte da Polícia Civil “que Péricles Cardoso de Melo, que era pastor da Igreja Assembleia de Deus em Mangabeira I desde o ano de 2018, utilizando-se de seu poder de convencimento, da fé religiosa e respeito que os fiéis que congregavam na Assembleia de Deus tinha por sua pessoa, começou a solicitar ajuda financeira dos fiéis para a compra e reforma de uma casa para a Igreja”.

“Essa prática já vinha ocorrendo pelo menos dois anos, mas ele pedia dinheiro emprestado, utilizava-se dos cartões de crédito dos fiéis, mas vinha fazendo os pagamentos de suas dívidas e assim foi adquirindo a confiança entre os fieis. Saliente-se que os “irmãos” da igreja não sabiam entre si desses pedidos de ajuda, pois tudo era feito em sigilo; Que o Pastor também se passava por um homem “muito bondoso”, ajudando financeiramente os fiéis da igreja, pagando contas deles com o seu dinheiro particular, mas, no entanto, ele utilizava o dinheiro que havia recebido dos congregados para fazer a “Obra” na Igreja”, diz o inquérito.

Márcio Rangel

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