Um levantamento feito pelo Judiciário paraibano aponta que só na cidade de Campina Grande, onde havia a sede da Braiscompany, já foram contabilizados um mil e setecentos processos judiciais de clientes contra a empresa.

A informação foi confirmada em entrevista nesta sexta-feira (24) pelo advogado Rodrigo Reul, especialista em Direito do Consumidor. “O prejuízo estimado, de acordo com o MP, é de R$ 1,5 bilhão, e quando fazemos o raio-x de novas demandas que estão surgindo, contabilizamos mais de 1.700 processos só em Campina Grande”.

Ele fez um panorama das vítimas da empresa de criptoativos que foi alvo da Polícia Federal. O SEO da Braiscompany, Antônio Neto Ais, e sua esposa, Fabricia Ais, que também fazia parte do esquema, segundo as investigações, seguem foragidos.

De acordo com Reul, muitas vítimas se endividaram, perderam bens e fizeram empréstimos comprando a ideia de segurança passada pela empresa.

– A gente observa que o prejuízo imediato são daqueles investidores que fizeram aporte e deixaram de receber e outro são de pessoas que não tinham e colocaram bens como garantias para hipotecar, pegar empréstimo para colocar na empresa. O que mais assusta era a garantia de lucros físicos, a segurança que era vendida, colocaram suas vidas lá dentro – explicou.

O advogado também fez uma crítica ao sistema judiciário alegando que “O Estado falhou. O sistema de proteção ao consumidor falhou ao deixar que isso acontecesse e não foi feito nada. Isso não vem de hoje. O próprio Ministério Público havia aberto uma investigação e ela foi arquivada”, pontuou Reul.

Ele fez um alerta para que as vítimas da empresa denunciem e se cadastrem no MP e busquem os direitos dos consumidores para tentarem minimizar os prejuízos.

– O MP está com cadastro aberto para que as vítimas preencham. O consumidor pode se valer desse canal para tentar reaver seus prejuízos. É muito importante buscar orientação profissional e acionar os meios legais – finalizou.

Paraibaonline

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