O governo federal estima que atualmente cerca de 4 milhões de pessoas morem em áreas consideradas de risco.

Essas áreas estão sujeitas a eventuais desastres e podem, por exemplo, sofrer com tragédias causadas por fortes chuvas como deslizamentos e enchentes.

Segundo o Serviço Geológico do Brasil, empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia, dados de 30 de janeiro deste ano mostram que 3.938.831 pessoas moram em 13,5 mil áreas de risco espalhadas pelo país.

O Ministério da Integração informou que também trabalha com a estimativa de 4 milhões de pessoas vivendo em áreas de risco geológico, como, por exemplo, encostas de morros.

No último fim de semana, cidades do litoral de norte de São Paulo foram atingidas por chuvas, e cerca de 50 pessoas morreram na região – outras seguem desaparecidas. A cidade mais atingida foi São Sebastião.

Nesta quarta (22), o governador do estado, Tarcísio de Freitas, disse ser difícil convencer algumas pessoas que vivem em áreas de risco a deixar suas casas. Diante disso, o governo acionou a Justiça e pediu autorização para remover moradores dessas regiões que resistirem a deixar os locais espontaneamente e levá-los a abrigos.

“A gente vai tentar convencer. Vamos usar todos os argumentos, vamos tentar acolher, vamos tentar mostrar que eles vão ser abrigados. Vamos mostrar que a gente vai proteger o patrimônio, que a gente vai garantir a segurança e, em último caso, a gente vai fazer a remoção compulsória”, afirmou o governador.

Números

Veja abaixo os números relacionados a áreas de risco no Brasil, segundo o Serviço Geológico:

Das 13,5 mil áreas de risco no país:

  • 9.497 são consideradas “áreas de risco alto”;
  • 4.078 são consideradas “áreas de risco muito alto”;

Os principais problemas nessas áreas de risco são:

  • Deslizamento: em 7 mil áreas;
  • Inundação: em 4,4 mil áreas;
  • Erosão: em 806 áreas ;
  • Enxurrada: em 412 áreas;
  • Queda: em 398 áreas.

Os cinco estados do país com mais áreas de risco são:

  • Santa Catarina: 2,9 mil;
  • Minas Gerais: 2,8 mil;
  • Espírito Santo: 1 mil;
  • São Paulo: 848;
  • Pará: 819.

Os cinco municípios do país com mais áreas de risco são:

  • Ouro Preto (MG): 313;
  • Nova Friburgo (RJ): 254;
  • Brusque (SC): 199;
  • Jaboatão dos Guararapes (PE): 193;
  • Joinville (SC): 140.

Menor orçamento em 14 anos

Levantamento feito pela organização não governamental Contas Abertas mostra que o orçamento federal previsto para este ano para gestão de riscos e desastres, como o que aconteceu no litoral norte de São Paulo, é o menor em 14 anos.

Conforme a ONG, a previsão é de R$ 1,17 bilhão para todo o ano em ações de prevenção e atendimento emergencial, e a verba envolve obras como:

  • contenção de encostas;
  • drenagem;
  • estudos de áreas de risco.

Verba extra

Nesta quarta (22), O governo federal oficializou nesta quarta-feira (22) a transferência de R$ 7 milhões para São Sebastião, cidade mais atingida pelo temporal no litoral norte de SP.

De acordo com a portaria, assinada pelo secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff Barreiros, os recursos deverão ser aplicados em ações de resposta ao desastre provocado pelo temporal.

G1

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