A disputa pelos três cargos-chave da comissão externa para apurar a crise sanitária na Terra Indígena Yanomami gerou embate entre senadores de Roraima e governistas nesta quarta-feira (15) no Senado.

Três senadores do estado, que registra casos graves de malária e desnutrição entre os Yanomami, tentaram concentrar na bancada o comando da comissão.

O colegiado foi instalado nesta quarta. A comissão terá a seguinte composição:

A proposta inicial era que um terceiro representante de Roraima, Mecias de Jesus (Republicanos-RR), ficasse com a vice-presidência. Mas o senador petista, Humberto Costa (PE), discordou do arranjo e, após sua intervenção, o posto será ocupado por Eliziane Gama.

Embate

A tentativa de emplacar os três senadores de Roraima nos postos principais da comissão gerou protesto. Os três já manifestaram apoio ao então presidente Jair Bolsonaro, cuja gestão vem sendo apontada pela atual bancada governista como responsável por agravar a crise indígena.

“Será que esquecemos das imagens do povo Yanomami desnutrido, faminto? Não podemos criar comissão do outro lado [dos garimpeiros]”, afirmou Costa.

Mecias rebateu e afirmou que a comissão “não é para defender o garimpo”: “Não disse isso. Eu entendo indiretas, não coloque palavras na minha boca”.

Eliziane Gama informou ao g1 que vai propor um plano de trabalho e um relatório paralelos para garantir que o foco da comissão seja a proteção do povo Yanomami.

“Precisamos nos ater à razão da criação da comissão defesa Yanomami. Não pode surgir relatório completamente dissociado desse objetivo. Estaremos aí o tempo inteiro para resgatar o objetivo da comissão”, reforçou o governista Humberto Costa.

G1

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