Duas médicas foram exoneradas de um hospital no Amazonas após publicarem um vídeo em que aparecem rindo e zombando dos gritos de uma criança que aguardava atendimento. O paciente é ouvido ao fundo, em desespero ou com dor.

Beatriz Almeida e Sofia Rodrigues Gonçalves eram recém-contratadas do Hospital Raimunda Francisca Dineli da Silva, localizado na cidade interiorana de Maués. A publicação foi feita pelas médicas na terça-feira (7).

No vídeo, elas se perguntam quem vai fazer o atendimento da criança e comparam os gritos do paciente como se ele estivesse sendo “exorcizado”.

“E aí, tu que vai suturar essas crianças gritando?”, questiona a médica que faz a gravação, dirigindo-se à colega. A outra, então, responde: “Isso mesmo, parece que estão sendo exorcizadas”. As duas começam a rir.

Medidas

Após a repercussão do caso, a Prefeitura de Maués:

  • Determinou a imediata exoneração das médicas envolvidas;
  • Repudiou qualquer postura antiética e desumana dos profissionais de saúde;
  • Classificou o episódio como lamentável, em nota.

O Conselho Regional de Medicina informou que está apurando o caso.

Estudante ironiza morte

Outro caso de desrespeito com pacientes aconteceu em Alagoas, em fevereiro do ano passado, envolvendo uma estudante de medicina. Na ocasião, a estagiária de um hospital em Marechal Deodoro ironizou a morte de uma mulher que chegou ao centro médico passando mal.

“Faltando dez minutos para minha hora de dormir, chega uma mulher infartando e com edema agudo de pulmão. E agora já passou 1h30 da minha hora de dormir. Estou p…”, escreveu a garota em post no Instagram.

Momentos depois, a mesma estudante realizou nova publicação na rede social. Dessa vez, uma selfie fazendo o sinal de “positivo”, com a legenda: “Atualização: mulher morreu e eu não dormi”.

Indignação. A paciente era Lenilda Silva, de 62 anos. A filha dela, Dayane Silva, teve acesso às publicações da estudante.

“Quando olhei e vi o nome da minha mãe, eu não acreditei, me deu muita revolta. Como um ser humano que quer ser médico zomba de um paciente? E principalmente um paciente que chega a falecer na mão dela. Então isso ficou muito marcante, muito ruim esse sentimento que a gente está. Tenho que viver meu luto e ao mesmo tempo indignação, a falta de respeito com minha mãe”, explicou ao jornal O Globo.

A jovem foi afastada no estágio. O conselho universitário do Centro Universitário Cesmac recomendou a expulsão dela e uma comissão de sindicância ficou responsável por apurar o caso.

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