Félix de Sousa Araújo, nascido em Cabaceiras, no Cariri do estado, foi um dos principais nomes da história da Paraíba e completaria 100 anos na quinta-feira (22), se estivesse vivo. Félix, que foi vereador em Campina Grande, também era poeta e teve carreira em áreas como a literatura e o jornalismo. 

Em homenagem ao centenário da figura, na Câmara de Vereadores de Campina Grande vai recepcionar o público nesta sexta-feira (23) com músicos e com uma muda de uma planta chamada de Flamboyant, árvore que serviu de inspiração para diversos poemas escritos por Félix Araújo. 

Carreira na política

Ainda no universo político, foi filiado ao Partido Comunista Brasileiro (PCdoB), disputando duas eleições, em 1946 para deputado federal, e 1947 para deputado estadual. Após desfiliar-se do partido, foi também Secretário da Educação e Cultura do governo paraibano de Elpídio Josué de Almeida. 

Em 1950, coordenou a campanha de José Américo de Almeida para governador do estado, com quem rompeu por diferenças ideológicas posteriormente.

Vida e obra

Para além de sua atuação política, Félix Araújo também foi um expoente da cultura. Escritor de poesias e poemas, o cabaceirense publicou diversos textos em grandes jornais da época, como O Globo e Diário de Pernambuco. Entre os mais conhecidos estão ‘Tamar’ e ‘Náufrago’, publicados na década de 1940.

Além disso, foi pracinha da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e lutou contra o nazifacismo na Itália, em 1943. Também foi correspondente de guerra e fundou o jornal ‘Cruzeiro do Sul’. 

Retornando ao Brasil, criou programas na Rádio Borborema, como ‘A Voz do Municípios’ e, na Rádio Caturité, manteve o programa ‘Carrossel da Vida’, onde lia diariamente crônicas escritas por ele mesmo. 

Morte polêmica

Em 1953, já como vereador de Campina Grande, presidiu uma comissão que investigava as contas da administração municipal e foi baleado pelas costas por João Madeira, então funcionário da prefeitura da cidade e guarda costas pessoal do prefeito Plínio Lemos. 

Após o atentado, João Madeira fugiu para a residência de Plínio Lemos, onde se escondeu, mas posteriormente foi preso em flagrante pela polícia. 

Já Félix Araújo, depois de ser baleado, ainda ficou 14 dias internado e passou por procedimentos cirúrgicos para retirada das balas. Uma delas, inclusive, ficou alojada na espinha, o que pela tecnologia da época poderia resultar até em paraplegia. 

Em 27 de julho do mesmo ano, em decorrência dos ferimentos, o patrono da Câmara de Vereadores da cidade acabou morrendo na antiga Casa de Saúde Dr. Francisco Brasileiro, aos 30 anos.

G1

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