O Ministério Público Federal está investigado o estatístico Augusto da Silva Rocha por fraudes em pesquisas de intenção de voto. Rocha é suspeito de manipular levantamentos em diferentes campanhas nos últimos anos. Também enfrenta apurações no Conselho Federal de Estatística. O Instituto Ranking Brasil, sob responsabilidade de Rocha, fez sete pesquisas sobre a eleição para presidente este ano.

Ele foi o profissional que liderou o maior número de levantamentos financiados pelos próprios institutos desde 2018 no país. Somente em 2022, tem sob sua responsabilidade 62 trabalhos com essa modalidade de financiamento. Sua defesa nega que ele tenha cometido irregularidades.

As sondagens autofinanciadas geram desconfiança. Há suspeitas de que sejam produzidas sem qualidade. Ao informar que realizaram as pesquisas sem contratante externo, esses institutos não precisam revelar a origem do dinheiro. O temor é de que candidatos tentem forjar sondagens para influenciar os eleitores. O objetivo seria induzir votos.

No documento, pede a apuração dos levantamentos feitos pelo estatístico. Em parecer enviado ao juiz eleitoral Alexandre Branco Pucci, sustenta que a prática das empresas de pagar os próprios levantamentos pode mascarar caixa 2. “Com recursos próprios, a empresa não precisa apresentar nota fiscal, tampouco prestar contas sobre a origem do dinheiro.”CONSELHOAs pesquisas bancadas por institutos representam 63% de todas as sondagens registradas no TSE. Deputados tentaram incluir no projeto do Código Eleitoral, em 2021, regra que proibia pesquisas autofinanciadas por institutos, mas ela não avançou. Segundo o Conselho Regional de Estatística da 4.ª Região (Conre-4), Rocha tem atuado como “verdadeiro avalista de empresas que exercem ilegalmente a profissão de estatístico”.

Em nota, o Instituto Ranking Brasil afirmou que “repudia as tentativas de censura e a intenção de macular a imagem da empresa”. “Várias ações judiciais têm sido apresentadas com a intenção de colocar em dúvida os levantamentos de dados do instituto. Repetimos o plano amostral para sabermos as mudanças de opiniões e o comportamento dos eleitores ao longo de uma eleição”, diz a nota. A defesa de Rocha declarou que “não há obrigatoriedade legal de emissão de nota fiscal pelo instituto”. Sobre a origem dos recursos, o advogado Marcio Antônio Santana da Silva, que defende o estatístico na Justiça Eleitoral, afirmou que a empresa “tem como objeto social pesquisa de mercado e de opinião pública” e que os recursos seriam oriundos daí.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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