Governo Bolsonaro terá 4 presidentes na Petrobras em 2 anos
Com o pedido de demissão de José Mauro Coelho, nesta segunda-feira (20), a Petrobras caminha para seu quarto presidente durante o mandato do governo de Jair Bolsonaro (PL). Coelho, que tinha pouco mais de dois meses a frente do cargo, vai ser substituído interinamente por Fernando Borges, conforme definiu o Conselho de Administração da empresa
O militar Joaquim Silva e Luna presidiu a estatal antes de Coelho durante o período que se iniciou em abril de 2021 e se estendeu até março deste ano. Antes dele, o economista Roberto Castello Branco havia sido nomeado para o cargo em janeiro de 2019 e demitido em fevereiro de 2021 por Bolsonaro.
O Preço de Paridade de Importação (PPI) é o calcanhar de Aquiles dos três ex-presidentes da estatal. Adotado ainda no governo Temer, a métrica para definir o preço da gasolina e diesel nas refinarias é orientada pelas flutuações do preço do barril de petróleo no mercado internacional e pelo câmbio.
Apesar de auxiliarem o caixa da empresa, os seguidos reajustes derivados da metodologia foram o motivo para a demissão de José Mauro Coelho, Joaquim Silva e Luna e Roberto Castello Branco. Bolsonaro, que busca se reeleger Presidente da República em 2022, já chamou de estupro o lucro da estatal, e com frequência pressiona publicamente a empresa a não reajustar o preço dos combustíveis.
O mais cotado para substituir José Mauro Coelho deve ser Caio Paes de Andrade, secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, segundo o blog do Valdo Cruz Ele foi indicado ao cargo pelo pelo governo há um mês, mas a troca esbarrou nos trâmites legais definidos para a substituição.
O secretário tem formação em comunicação social pela Universidade Paulista, pós-graduação em administração e gestão pela Universidade de Harvard e é mestre em administração de empresas pela Universidade Duke, nos Estados Unidos.
Relembre dos 3 presidentes da Petrobras durante o governo Bolsonaro
No currículo de José Mauro consta formação pela Faculdade Reunidas Professor Nuno Lisboa, especialização em Ciências dos Materiais pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT), mestrado em Engenharia dos Materiais pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) além de doutorado em Planejamento Energético pelo Programa de Planejamento Energético da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
O último reajuste de preços do diesel e da gasolina pressionaram Coelho a deixar o cargo. Sua saída era aguardada desde o dia 23 de maio, quando o Ministério de Minas e Energia afirmou que “diversos fatores geopolíticos conhecidos por todos resultam em impactos não apenas sobre o preço da gasolina e do diesel, mas sobre todos os componentes energéticos”.
O militar tomou posse do cargo em abril de 2021 e permaneceu no posto até março deste ano. O general permaneceu 343 dias no cargo.
Ele foi demitido em abril deste ano por ter seguido a lógica de mercado para definição dos preços. Após a saída de Silva e Luna, o governo chegou a indicar os nomes do economista Adriano Pires e do empresário Rodolfo Landim para assumir o comando da estatal, no entanto, ambos informaram que não poderiam assumir os postos.
Castello Branco foi nomeado para o cargo em janeiro de 2019 e demitido em fevereiro do ano passado pelo presidente, que alegou estar insatisfeito com os reajustes nos preços de combustíveis durante a gestão do economista.