A Organização Mundial da Saúde (OMS) avalia se vai declarar a disseminação de casos de varíola dos macacos uma emergência de saúde global. O diretor-chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou nesta terça-feira (14/06) que convocou o comitê de emergência da entidade para uma reunião em 23 de junho para debater o crescente número de infecções em todo o mundo. 

A declaração de emergência internacional é o mais alto nível de alerta que a OMS pode impor. A medida não tem consequências práticas diretas e é declarada no caso de um problema de saúde “grave, repentino, incomum e inesperado” que pode se espalhar para outros países.

A OMS declarou emergência de saúde global devido a covid-19 em janeiro de 2020. Esse alerta ainda permanece em vigor.

Até agora, mais de 1,6 mil casos de varíola dos macacos e quase 1,5 mil infecções suspeitas foram relatados à OMS em 39 países, dos quais 32 não tinham casos da doença antes de maio.  

Nesses 32 países não houve mortes pela doença – ao contrário de países onde a varíola dos macacos é endêmica, como Nigéria e República Democrática do Congo. Em países africanos, que já conviviam com a doença antes do atual surto, foram relatados oficialmente 72 óbitos. Além disso, a OMS investiga se uma morte no Brasil estaria relacionada à varíola dos macacos, informou Ghebreyesus.

A OMS também considera mudar o nome da doença. Dezenas de cientistas pedem uma denominação “não discriminatória” e “não estigmatizante”.

Comportamento “anormal”

O diretor-chefe da OMS disse que a entidade está analisando decretar a emergência global, pois o vírus está se comportando de maneira “anormal” e em vários países, o que pode exigir uma coordenação internacional para lidar com a situação.

O diretor de emergências da OMS para a África, Ibrahima Socé Fall, disse que a contagem de casos está crescendo a cada dia e as autoridades de saúde enfrentam “muitas lacunas em termos de conhecimento da dinâmica da transmissão” tanto na África quanto em outros países.

Segundo ele, o comitê de emergência da OMS reúne especialistas que estão particularmente familiarizados com a doença e que, portanto, podem aconselhar melhor a organização sobre quais medidas tomar.

“Com o conselho do comitê de emergência, podemos estar em melhor posição para controlar a situação. Mas isso não significa que estamos indo direto para uma emergência de saúde pública de interesse internacional”, destacou. “Nós não queremos esperar até que a situação esteja fora de controle para começar a agir”, acrescentou.

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