Era obrigação do Fluminense sair da Argentina com os três pontos, mas o discurso de Luiz Henrique na saída de campo após o empate por 0 a 0 com o Unión Santa Fe (ARG) simboliza o que foi a partida. O Tricolor agiu nos 90 minutos exatamente como se o importante fosse não sair derrotado do Estádio 15 de Abril. No entanto, o resultado custou caro e exige agora um milagre dos cariocas na última rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana. O único que se salvou, incluindo jogadores e técnico, foi o goleiro Fábio.

Fernando Diniz fala constantemente nas entrevistas coletivas em retomar o Flu que colocou o Flamengo na roda na final do Campeonato Carioca para ficar com a taça. Mas a verdade é que esse time apareceu pouquíssimas vezes ao longo da atual temporada. Ainda invicto, o treinador vinha dando um novo senso de confiança e unidade ao grupo nas quatro primeiras partidas, mas escalou e mexeu mal no confronto que não tinha margem para erros.

O que se viu nos 90 minutos foi o jogo em que o Fluminense deu menos chutes em 2022, com apenas três, sendo nenhum deles no alvo. Assim, não criou uma grande chance de gol sequer. É nesse cenário que o time chega para definir a vida diante do Oriente Petrolero (BOL) fora de casa necessitando de uma goleada por seis gols de diferença e ainda torcer por um empate entre Unión e Junior Barranquilla (COL) na casa dos colombianos.

A situação é difícil, mas matematicamente ainda possível. O Flu fica com os mesmos oito pontos do Unión Santa Fe, mas ainda em terceiro por conta dos três gols de diferença no saldo. Na última rodada, precisará vencer e torcer por um empate no outro confronto para chegar aos 11 pontos do Junior. Mesmo assim, terá que garantir um placar de pelo menos seis gols de diferença contra o Oriente Petrolero em Santa Cruz de la Sierra (BOL) para tirar o saldo.

O último 6 a 0 feito pelo Fluminense foi em 2008 contra o Arsenal de Sarandi, pela Libertadores, no Maracanã. Já no caso de o Oriente Petrolero marcar um gol, o Tricolor precisará repetir o 7 a 1 diante do Juventude no Brasileirão de 2004. Uma terceira opção seria um 8 a 2, que aconteceu pela última vez em 1960, em amistoso contra o combinado Lyn Skeid no Bislett Stadion, na Noruega.

Os critérios de desempate, por ordem, são: saldo de gols, gols pró e número de gols como visitante. Caso o Flu faça “apenas” 5 a 0, as duas equipes poderiam ficar empatadas em todos esses itens dependendo de quanto for o possível empate entre os outros dois adversários. Se mantendo tudo igualado, vai para o ranking da Conmebol (Junior é o 25º e Flu o 30º).

ATUAÇÃO MUITO RUIM

Depois da queda na Libertadores de maneira precoce, da quase eliminação na Copa do Brasil para o Vila Nova e do instável início no Brasileirão, a iminente saída da Sul-Americana deixa (ainda mais) escancarado o que o clube optou por não escolher. O Fluminense mostrou não ter elenco para dar conta de tantas competições. Sem priorizar nenhuma, acabou sofrendo em todas e vê mais um torneio continental ir por água abaixo em dois meses.

A presença de Yago Felipe na lateral-direita mostra o tamanho do problema na formação do elenco. Sem Samuel Xavier na última partida, ficou a dúvida se era improviso ou algo que Diniz pretende utilizar, mas desta vez com os dois homens da posição disponíveis é claro que o meio-campista vai aparecer por ali. O Santa Fe se aproveitou e partiu diversas vezes nas costas do jogador. Faltam alternativas dos dois lados, já que Pineida fez mais uma partida ruim.

Apesar de ser eleito pela Conmebol o melhor em campo, Luiz Henrique também foi mal e demonstrou a agora corriqueira falta de confiança. No meio, Paulo Henrique Ganso e Nathan foram improdutivos, mas o time piorou após as saídas, já que Diniz terminou com cinco atacantes e ninguém para sequer tentar criar as jogadas para eles.

O Fluminense agora sai da Argentina direto para Fortaleza, onde enfrenta o Leão no Castelão no domingo, às 16h, pela sétima rodada do Brasileirão. A última rodada da Sul-Americana será na próxima quinta-feira, às 21h30 (de Brasília), contra o Oriente Petrolero na Bolívia.

Fonte: terra

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