Operação do Gaeco mira organização criminosa que explora apostas e jogos no PE com ramificação na PB
Uma força-tarefa cumpre, na manhã desta terça-feira (21), 17 mandados de busca e apreensão em desfavor de oito empresas e seis pessoas físicas integrantes de uma organização criminosa que explora loterias eletrônicas, jogos de azar e bancas de apostas.
A operação, denominada Game Over, investiga um suposto esquema ilícito montado a partir da criação de uma plataforma que permite a exploração de apostas em resultados de jogos de futebol, proporcionando ao proprietário e demais investigados ganhos milionários. Esses recursos, em seguida, são convertidos em ativos imobiliários e na criação de outras empresas a partir dos lucros ilicitamente auferidos, com a finalidade de lavar o dinheiro. As buscas em oito empresas ocorrem nas cidades de Taquaritinga do Norte, Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Vitória de Santo Antão e atingem seis pessoas físicas em Campina Grande.
A ação é empreendida pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Pernambuco (Gaeco/MPPE) e pela Diretoria Geral de Operações Estratégicas da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), com apoio do Ministério Público da Paraíba (MPPB), da Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) e da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE).
De acordo com o MPPE, foi apurada movimentação superior a 400 milhões de reais nos últimos cinco anos por meio de várias empresas que deram início a suas atividades bancárias sem possuírem patrimônio anterior declarado.
Ainda conforme os promotores do Gaeco, a organização era divulgada por artistas e chegou a patrocinar times de futebol da Série A do Brasileirão.
Os alvos da operação estão sendo investigados pela prática dos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores; crimes contra a ordem econômica; crimes contra a ordem tributária; crimes contra as relações de consumo e promoção, constituição, financiamento ou integração de organização criminosa.
Participam da Operação Game Over 10 promotores de Justiça e 15 servidores do Gaeco/MPPE; um promotor de Justiça e 9 policiais do GAECO/MPPB; e agentes da Polícia Civil, com apoio de policiais militares.
A operação contou ainda com a participação de auditores da Sefaz; da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco (Adagro) e do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil de Pernambuco.
Na chácara do líder do grupo, localizada na zona rural de Taquaritinga do Norte, foram encontrados celulares e documentos para a comprovação dos ilícitos, além de máquinas caça-níqueis. Também foi localizado um bunker com 45 computadores que davam suporte à operação de jogos online do grupo criminoso.
Nos demais endereços foram recolhidos documentos contábeis, cheques, telefones celulares, notebooks, material de propaganda, wallets de criptomoedas e dinheiro, sendo a quantia mais relevante o valor de R$ 130 mil em espécie na sede de uma das empresas.
PB Agora com informações do MPPE