Romero não deve nada para a dividida oposição da Paraíba. Fez a parte dele.
O atual dilema vivenciado pela oposição da Paraíba, que não consegue viabilizar um projeto estadual, capaz de promover uma disputa para o governo do estado, ficou ainda mais difícil depois da retirada (ainda não confirmada) do ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, da disputa.
Os oposicionistas perderam um nome competitivo, conhecido de parte dos paraibanos que foram acolhidos em Campina Grande, durante os 8 anos, das bem sucedidas gestões de Romero, na segunda maior cidade do estado.
A relação de Campina com a Paraíba, ficou ainda mais aproximada, durante o período mais crítico da pandemia da Covid-19, quando essas populações, vindas do Cariri, do Seridó, de parte do Sertão e do Curimataú, foram socorridas pelos serviços da rede municipal de saúde.
Cerca de um terço dos paraibanos, consolidou afinidade com um Romero empático, acolhedor e eficiente no combate ao coronavírus. No último ano do mandato, ele se consagrou e viabilizou uma pré-candidatura para o governo da Paraíba.
Esse prestígio conquistado pelo político campinense, garantiu a largada dele no processo pré-eleitoral, mas não garantiu a chegada, ou seja, a composição perfeita para atingir o objetivo, vencer a eleição.
Romero precisava de dois elementos fundamentais: a união da oposição “espatifada” desde 2018 e interlocutores que garantissem a visibilidade dele, na capital do estado. Não aconteceu nenhuma das duas coisas.
Largado a própria sorte, em meio a uma oposição que dispara em todas as direções, mas não apruma para nenhum caminho, Romero vive um momento do recuo e tenta se viabilizar em outro projeto: vice de João, deputado em alguma composição, senador. Não sabemos. Talvez nem ele ainda saiba.
Mas, sei de uma coisa. Romero não deve nada a essa atabalhoada oposição da Paraíba. Fez a parte dele, se viabilizou, emprestou o nome e esperou os apoios necessários, que não vieram, na proporção que o projeto precisava.
Agora, ainda mais dividido, o bloco que se opõe ao governo, deve lançar essa semana mais dois projetos, além da possibilidade da candidatura do deputado Pedro Cunha Lima. Fragmentados, jogam a favor da reeleição de João. Conscientes ou inconscientes?
Lázaro Farias