O governador João Azevedo enalteceu recentemente a atitude dos prefeitos que já cancelaram as festas de final de ano e segue recomendando aos que ainda não se pronunciaram a respeito do assunto, que sigam o mesmo caminho dos mais de 60 gestores que já deram um ponto final sobre a questão.

A bem da verdade, a atitude do governador tem um lado contraditório, o estado não promoverá eventos no final do ano, para não correr o risco de agredir o controle da pandemia na Paraíba, mas liberou o setor privado para fazê-lo. O que aparentemente produz o mesmo risco de contaminação e agravamento da pandemia. Verdade!

Mas, também é verdade, que será mais fácil e adequado para o estado, fiscalizar do que promover as aglomerações. Penalizar os possíveis transgressores das normas, do que ser o próprio transgressor.

Coube ao estado durante toda essa época pandêmica, internar oferecer o atendimento médico, garantir as vagas nos hospitais, lutar pela vida de cada paraibano, distribuir a vacina, orientar as pessoas para cumprirem as normas estabelecidas pelos decretos e fiscalizar o cumprimento.

Vendo por esse ângulo , seria até mais contraditório, fazer tudo isso e depois promover aglomerações capazes de desfazer ou pôr em risco, toda a política de saúde pública estabelecida desde o início da pandemia, pelo próprio estado.

Permitir que o setor privado realize as festas mediante os protocolos que inclui o passaporte da vacina, não parece tão absurdo, por algumas razões:

1- O momento da pandemia ( cobertura vacinal, oferta e procura de leitos, número de óbitos) parecem sob controle até o momento.

2- O estado não pode a todo instante se posicionar de forma absoluta, decidindo através de intervenções, os rumos do setor privado ( só se fosse o último caso).

3- Na outra ponta, existe um setor de eventos fragilizado, que recebe nesse instante um aceno do governo, num gesto de confiança de que possam realizar os eventos, cumprindo aquilo que será exigido pelo estado.

Toda via, é importante deixar claro que o estado não pode ser omisso e nem o setor de eventos, irresponsável. São vidas e a economia que estão em jogo. Se der errado, todos pagaremos a conta.

Lázaro Farias

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.