Enquanto preço do botijão dispara, Petrobras distribui R$ 31 bilhões no 3º trimestre a acionistas
A diretoria da Petrobras decidiu dobrar a remuneração aos acionistas após alcançar um lucro de R$ 31,8 bilhões apenas no terceiro trimestre de 2021. O acúmulo acontece em meio a uma disparada de preços dos combustíveis provocada por uma política de preços adotada pela empresa que privilegia o lucro dos acionistas em detrimento da população, que depende de gasolina, diesel e gás de cozinha e paga valores cada vez mais altos.
“A Petrobras informa que seu Conselho de Administração, em reunião realizada hoje (28/10), aprovou o pagamento de nova antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2021, no valor total de R$ 31,8 bilhões (cerca de US$ 6 bilhões), equivalente a R$ 2,437865 bruto por ação preferencial e ordinária em circulação”, disse a estatal em nota.
“Essa distribuição se soma aos R$ 31,6 bilhões anunciados em 04/08/2021, totalizando R$ 63,4 bilhões (cerca de US$ 12 bilhões) em antecipação aos acionistas relativa ao exercício de 2021”, acrescentou.
A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, reagiu prontamente à notícia. “Inacreditável isso! Roubo, corrupção, crime contra o povo brasileiro q paga o combustível mais caro para um país autossuficiente em petróleo! Bandidos”, tuitou.
Essa distribuição de valores aos acionistas contrasta com a realidade da população que sofre para comprar um botijão de gás, que teve alta de 47% acima da inflação nos últimos 5 anos e ultrapassa os R$100 na média nacional. A desconexão da diretoria da Petrobras com o papel social é tão grande que o general Joaquim Silva e Luna, presidente da companhia indicado por Jair Bolsonaro, chegou a rir com pergunta sobre diminuição do preço do gás para os mais pobres durante entrevista realizada em setembro.
Política de preços da Petrobras
Essa situação ainda expõe a controvérsia em torno da política de preço de paridade de importação (PPI) estabelecida em 2016 após o golpe contra Dilma Rousseff e mantida por Bolsonaro.
PB Agora