Mulher de 34 anos sem comorbidades morre com Covid-19 e família desabafa: ‘Vírus não escolhe’
Moradora de Mongaguá, no litoral paulista, Cristiane Lima Leite morreu após 11 dias com sintomas da doença.
Cristiane Lima Leite tinha 34 anos, e mesmo sem nenhuma comorbidade, foi vítima da Covid-19. Moradora de Mongaguá, no litoral de São Paulo, ela apresentou sintomas por 11 dias, sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e morreu por complicações da doença. Em entrevista ao G1 neste sábado (9), a família desabafou. “O vírus não escolhe quem vai matar”, disse a cunhada, Camilla Leite, de 29 anos.
Segundo Camilla, que é representante comercial, Cristiane estava na fila da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross), esperando vaga para internação, quando veio a óbito. Ela explica que, no oitavo dia com sintomas, Cristiane foi a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. Foi realizado um exame de raio-X, e os médicos falaram que poderia ser uma pneumonia. Também foi feito teste de Covid-19, ela recebeu uma receita com medicamentos e foi liberada.
Dois dias depois, Cristiane passou mal e voltou ao hospital. Na unidade, ela sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e ficou em coma. Poucas horas depois de ficar desacordada, ela não resistiu. A morte de Cristiane, que não tinha nenhuma comorbidade, assustou amigos e familiares, que ficaram surpresos.
“Fomos pegos de surpresa. Como assim, uma mulher de 34 anos, cheia de vida, morrer em algumas horas? Talvez, se tivessem dado mais atenção à pneumonia que acusou o raio-X? Não saberemos, nunca saberemos”, diz Camilla.
A morte de Cristiane, próxima ao fim do ano, foi um baque para os familiares. Na semana em que o país bate a marca de 200 mil óbitos pela Covid-19, a cunhada diz que não entende as aglomerações e falta de cuidados de jovens com a doença.
“Os números mostram [o perigo]. Um vizinho, um parente que é internado ou que falece estão aí para provar. Covid-19 mata, ninguém sabe quem vai sair dessa com vida”, ressalta.
A representante comercial explica que o fim de ano foi muito difícil, especialmente por não poder estar perto do irmão, esposo de Cristiane, pelo risco de contágio. Ele e os dois filhos do casal fizeram o teste rápido, que deu negativo, e não tiveram qualquer sintoma da doença. Depois do ocorrido, ela conta que a família continua com os cuidados, mas ainda sente medo depois de ver o que ocorreu com a cunhada.
“Deixou um marido, dois filhos e muita saudade”, finaliza Camilla.