Por mais de duas horas, os seis candidatos a prefeito de Campina Grande participaram do debate promovido pela TV Arapuan, em João Pessoa, na noite desta terça-feira, 13. Foi o segundo confronto de ideias entre eles na atual campanha. Entrou para a história, ao evidenciar as virtudes, defeitos, limitações, preparo psicológico, capacidade de expor e defender ideias, propostas e conceitos de gestão.

Convido qualquer um a fazer uma avaliação honesta sobre o debate da Arapuan, desprovido de paixões políticas ou pré-disposição a nomes ou ainda preferências pessoais por candidatos ou matiz política. Correndo o risco de ser tachado de parcial, não tenho o menor receio de definir Bruno Cunha Lima como o que teve melhor desempenho, tomando por base os critérios acima estabelecidos.

Por pouco mais de duas horas, Bruno, Ademar Pereira (Patriotas), Ana Cláudia (Podemos), Bolinha (PSL), Inácio Falcão (PC do B) e Olímpio Rocha (PSOL) se expuseram para a audiência. Pela forma serena, segura, elegante e sem descer a ataques pessoais ou mais violentos aos concorrentes, o candidato do PSD cumpriu o papel a que se propôs, vendeu bem sua mensagem de postulante governista – apresentando dados comparativos inquestionáveis – e deixou evidentes as linhas básicas de seu Plano de Gestão.

Bruno foi didático quando precisou ser, incisivo quando foi necessário e convincente ao defender suas estratégias para governar a cidade, a partir de janeiro de 2021, com o cenário adverso do pós-pandemia.

Artur Bolinha saiu visivelmente com a imagem arranhada no debate. Ao digladiar com Ana Cláudia, tendo o ex-governo Veneziano como pauta, literalmente perdeu o primo em seu desempenho até no momento de pedir voto.

A própria Ana Cláudia deu mostras de não ter assimilado uma exposição mais incisiva de Bruno no segundo bloco, também pelo ônus de defender o legado administrativo desgastado do marido Veneziano. Em dado momento, trouxe ao debate por iniciativa própria o nome do cunhado Vital do Rio, réu na lava-jato.

O candidato comunista Inácio Falcão até tentou não sofrer maiores danos à imagem, mas repetiu um desempenho adotado desde o primeiro debate, em 8 deste mês, na Rádio Arapuan, em Campina Grande: expôs uma clara estratégia ensaiada com Ana Cláudia, só deixando sob mistério uma questão: quem é laranja de quem?

Olímpio Rocha, o que se apresenta como mais ideológico dos candidatos, fez uso do espaço para defender mais bandeiras conceituais do que propriamente propostas de governo e terminou por criar o momento meme do debate: tirou sarro de Bolinha e de Ademar Oliveira pelo papel ridículo de disputar a atenção do presidente Bolsonaro no aeroporto João Suassuna, com direito à ironia vocal: cantou para ambos “Ela Nem Olhou Pra Mim”, do genial Patrício Amorim.

Ademar Oliveira, que não esconde muitas limitações e falta de experiência na seara política, marcou seu desempenho no debate na cobrança de apoio financeiro para a campanha, por duas vezes, à presidência do partido.

Para Bruno, este debate da TV Arapuan terminou sendo um passeio. Longe de ser motivo para vaidade, isso só aumenta o nível de cobrança e responsabilidade do candidato do PSD nos próximos embates com os concorrentes. Melhor para o eleitor.

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