Recuperados da Covid-19 podem ter problemas de audição e tontura, diz pesquisa da UFPB
Dados preliminares de pesquisa da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) indicam que recuperados da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, podem apresentar zumbido, ouvido abafado, tontura e desequilíbrio, além de diminuição do olfato, cefaleia e alterações musculares.
O estudo, realizado por meio de questionário virtual, em todo o território brasileiro, é desenvolvido pelos pesquisadores Hionara Barboza e Rubens Jonatha, sob orientação das professoras Ana Loísa Araújo e Marine Rosa, do curso de Fonoaudiologia da UFPB.
Segundo Marine Rosa, a pesquisa tem o objetivo de investigar a ocorrência de sinais e sintomas auditivos e vestibulares em pacientes recuperados da Covid-19. Além disso, correlacioná-los à gravidade das manifestações da infecção, presença de comorbidades anteriores ao período de recuperação, tratamento farmacológico administrado, idade e gênero dos pacientes.
“Além do contexto de infecções virais serem danosas para a estrutura do ouvido interno, vias auditivas e vestibulares retrococleares, o uso de medicamentos ototóxicos, ou seja, tóxicos para essa região do corpo humano, podem potencializar a ocorrência da perda auditiva e/ou alterações vestibulares. Alguns desses medicamentos são utilizados no tratamento dos sintomas da Covid-19, como antimaláricos, antibióticos, antivirais, entre outros”, explica a professora da UFPB.
De acordo com Marine Rosa, com os dados da pesquisa, haverá a possibilidade de identificar e direcionar ações preventivas, diagnósticas e de reabilitação auditiva, favorecendo a assistência personalizada, precisa, preventiva e pervasiva à saúde da população.
“Com poucos dias de coleta, já recebemos um bom feedback da amostra que participou do estudo, até o presente momento. Almejamos pelo menos 150 participantes para darmos início à análise dos dados e prepará-los para publicação. Nosso intuito é desenvolver e direcionar ações de prevenção, diagnóstico e reabilitação audiológica para esta população”, reforça a docente da UFPB.
Fonte: Portal Correio