Estudo brasileiro aponta que corticoide reduz gravidade de efeitos da Covid-19
Pesquisa feita por um grupo de hospitais e institutos de pesquisa brasileiros mostrou que o uso do anti-inflamatório corticoide dexametasona diminui os dias com respiração artificial em pacientes adultos hospitalizados com síndrome respiratória aguda grave causada pela Covid-19.
O estudo foi publicado no dia 2 de setembro no periódico científico Journal of the American Medical Association (Jama).
A pesquisa foi realizada pelo grupo Coalizão Covid-19 Brasil, formado pelo Hospital Israelita Albert Einstein, HCor, Hospital Sírio-Libanês, Hospital Moinhos de Vento, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Beneficência Portuguesa de São Paulo, Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet).
O estudo ocorreu de 17 de abril a 21 de julho. Participaram 299 pacientes com síndrome respiratória aguda grave causada pela Covid-19, submetidos a ventilação mecânica (respiração artificial) em 41 UTIs brasileiras.
Por meio de sorteio, os pacientes receberam dexametasona e suporte clínico padrão (151 pacientes) ou apenas suporte clínico padrão (no grupo de controle, com 148 pacientes).
A dexametasona foi usada por via endovenosa na dose de 20 miligramas (mg) durante 5 dias e 10 mg durante 5 dias.
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a aplicação clínica da dexametasona é frequente, principalmente pelos efeitos anti-inflamatórios. Porém, sua ação pode provocar vários efeitos colaterais, os mais comuns a elevação da glicose do sangue, aumento da pressão arterial, ganho de peso, inchaço e, com uso prolongado, osteoporose e insuficiência suprarrenal.
De acordo com a pesquisa brasileira, não foi detectada evidência de risco maior no tratamento com dexametasona em relação a novas infecções, alterações da glicose e outros eventos adversos sérios.
A droga, no entanto, só deve ser tomada por recomendação médica.