Uma faixa extensa de água de coloração avermelhada chamou atenção de moradores e banhistas na Praia do Cabo Branco, no dia 25 de agosto. Nesta sexta-feira (4), a Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) divulgou um relatório concluindo que o aparecimento da pluma vermelha nas águas do mar podem ter relação com uma operação realizada para a remoção das rochas depositadas na praia.

No local, a TV Cabo Branco constatou que, por prevenção, muitas pessoas não estavam entrando na água, que não possui resíduos ou nenhuma fonte aparente de onde pode estar saindo a coloração. A faixa tinha entre 30m e 40m de largura e cerca de 1 km de extensão.

Em relação à causa da deposição do material, a Sudema explicou que existem indícios que tenha sido utilizado para a construção de muros de contenção da calçada da praia, e que esses muros ao se romperem, seja por falta de manutenção preventiva ou corretiva, se transformaram no material encontrado.

Referente ao tipo de rocha, ainda é preciso um estudo mineralógico para a elucidação das dúvidas, o que foi identificado pela Sudema a presença de argila na forma de argilito.

Sobre o risco de exposição aos banhistas, a Sudema alerta para evitar o contato em caso de aparecimento de novas manchas, porém, de acordo com os ensaios realizados em laboratório, trata-se de um material inerte. Foi constatada a contribuição de cátions. A respeito da utilização do material, se ele é adequado ou não para a construção dos muros, recomenda-se avaliação de técnicos de engenharia especializados no assunto.

Vistoria realizada pela Sudema

A vistoria foi realizada pelos técnicos da Coordenadoria de Medições Ambientais (CMA) nos dias 25 e 26 de agosto de 2020. No primeiro dia foi efetivado no período da manhã com a maré cheia e, no segundo dia no período da tarde com a maré seca.

Neste momento da vistoria foi possível constatar o aparecimento de uma pluma vermelha de grande extensão, concentrada na área final da praia, antes do local de intervenção da prefeitura municipal de João Pessoa. No segundo dia de vistoria não foram encontrados indícios da mancha.

Foram coletadas amostras de água e de algumas rochas suspeitas de terem provocado o aparecimento da pluma. Em seguida, foram realizadas análises físicas e químicas das rochas (solubilizadas), da água do mar e de uma galeria pluvial, para confirmar a hipótese levantada de que as rochas poderiam de alguma forma ter causado tal alteração.

Também foi enviada amostra de água do mar (vermelha) para o laboratório da Universidade Federal da Paraíba (Larbin) para que fosse investigada a hipótese de ser uma proliferação de microplânctons conhecida como “maré-vermelha”.

Foram checadas, ainda, todas as galerias pluviais para identificar uma possível contaminação por lançamento de algum tipo de contaminante, porém, no momento da vistoria a única com escoamento não apresentava qualquer indicio de fonte poluidora.

Fonte: G1 PB

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