A Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa (SMS) proibiu o uso de celulares e demais aparelhos portáteis nas dependências dos hospitais públicos municipais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Capital. A medida foi protocolada na última terça-feira (25), dias antes do Conselho Regional de Medicina (CRM-PB) fiscalizar e, posteriormente, interditar o Complexo Hospitalar de Mangabeira (Trauminha).

A situação da unidade hospitalar se evidenciou após a fiscalização do CRM-PB, que constatou várias irregularidades no local, além da precariedade em equipamentos de prestação dos serviços de saúde à população.

Após a fiscalização, ocorreu uma interdição ética no hospital, que começou nesse sábado (29). Entretanto, não demorou muito para a Justiça determinar o retorno das atividades. No entendimento do juiz federal Manuel Maia de Vasconcelos Neto, a interdição era ilegal, visto que, segundo ele, a medida tomada pelo CRM-PB implicaria em maiores danos.

Uso de celulares proibido

Desde então, os holofotes estão concentrados na Saúde de João Pessoa, até que, nesta terça-feira (1º), circulou um documento com a assinatura do secretário da Pasta, Adalberto Fulgêncio, proibindo o uso de celulares e demais equipamentos eletrônicos nas unidades de saúde de João Pessoa.

Secretário explica

Apesar de circular apenas no fim do mês de agosto, época em que já existem vários planos de flexibilização do distanciamento social causado pela pandemia, um deles, inclusive, feito pela própria PMJP, Adalberto Fulgêncio explicou, em entrevista à Rede Correio Sat, que a proibição é uma medida de combate ao novo coronavírus.

“Isso é uma determinação comum. Se as pessoas andavam com celulares nas unidades de saúde, era um equívoco. Esses aparelhos são vetores de microrganismos não só do coronavírus, como de outros vírus e bactérias. Portanto, paciente não tem que andar com celular de forma alguma, sem prejuízo de que os parentes tenham acesso às informações dos pacientes”, disse.

Questionado sobre se a medida tinha como objetivo prevenir a divulgação da situação do hospital, evitando o registro de irregularidades, o secretário negou. Ele afirmou que a solicitação feita já é uma recomendação dos órgãos de saúde.

“Não. Somos fiscalizados pelos Ministérios Públicos Estadual e Federal, pela CGM, pela CGU, pelas defensorias públicas. Somos fiscalizados por quase todo mundo. Então, não é essa a questão. A questão é pela biossegurança, pelos protocolos de organização dos serviços”, completou o secretário.

Pandemia

Os jornalistas retrucaram, questionando sobre a demora em tomar uma medida sanitária apenas quando a contaminação pelo novo coronavírus está diminuindo. Adalberto acabou se exaltando, voltando a negar que a medida tenha sido uma forma de censurar a situação do Trauminha da Mangabeira.

“O pior já passou, mas a pandemia ainda está muito forte. Em relação ao controle, que tanto o jornalista está insistindo, isso é anterior à pandemia. Se o senhor perceber, na área externa do Trauminha tem vários avisos proibindo a circulação de pacientes com celulares. A Portaria diz que estou considerando o estado da pandemia e solicitando que seja avaliada a necessidade de restrição dos aparelhos”, revelou o secretário.

“Isso não tem objetivo nenhum de censurar, pois qualquer órgão fiscalizador vai com câmeras fotográficas e registra tudo. Então não é esse o problema”, completou.

Fonte: Portal Correio

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