Montado em uma égua e com chapéu de couro na cabeça, Jair Bolsonaro levou seus fãs ao delírio ao simular um autêntico nordestino em sua visita a São Raimundo Nonato, no Piauí, na última quinta-feira (30).

Mais que inaugurar obras, a ação de Bolsonaro teve clima eleitoral e reflete um momento em que a aprovação do presidente começa, pela primeira vez, a dar sinais de elevação entre os mais pobres —embora siga estável ou em queda entre as classes mais ricas.

A explicação parece simples: o impacto do pagamento do auxílio emergencial, que atingiu 43% dos lares brasileiros.

Entre os mais pobres (até 2 salários mínimos), em julho do ano passado Bolsonaro tinha 27% de aprovação bom ou ótimo, e agora são 29%, segundo o Datafolha. Já entre os que têm renda acima de 10 salários mínimos houve queda de 52% para 34% no mesmo período.

Apesar de avançar entre as classes mais baixas, a margem é pequena, e pensando nos eleitores do Nordeste, há muitos votos a ganhar se o presidente pensa em reeleição.

“O Nordeste é, desde a eleição, a região onde [Bolsonaro] tem mais dificuldade em conseguir apoio, e mesmo a partir do benefício, com o crescimento entre os mais pobres, [na região] isso não fica claro”, avalia Mauro Paulino, diretor do Datafolha.

No Nordeste, a aprovação do presidente em relação à pesquisa anterior, em maio, caiu de 29% para 27% —que “tende mais a estabilidade do que a um aumento”, diz Paulino—, enquanto a reprovação saltou de 48% para 52%. “Nesse caso de reprovação, em abril do ano passado esse índice era de 43%, e temos uma tendência de subida”, destaca.

Fonte: UOL

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