Como sobreviver ao isolamento social neste momento de pandemia?
Somos por natureza seres sociais que necessitam de constante contato com os outros, porque vivemos em sociedade. Embora esse contato seja difícil para algumas pessoas, por inúmeras questões como a timidez, a ansiedade, a depressão, a fobia social, ele é necessário para a nossa saúde, quer física quer psicológica. Os relacionamentos interpessoais que cultivamos influenciam diretamente a nossa personalidade, como as opiniões e o nosso humor. Quando o isolamento ocorre, essa troca deixa de acontecer e a pessoa isolada fecha-se na sua mente.
Mantermo-nos serenos num vendaval de informações e emoções que envolvem a pandemia do novo coronavírus ou covid19, está a ser um desafio intenso para a humanidade. Ficar isolado do convívio social por um prazo indeterminado, enquanto as informações chegam como uma avalanche, através de uma tela de televisão, ou das novas tecnologias, para a maioria das pessoas não é fácil, digamos que está a mexer com as emoções e com o aspeto psicológico dos indivíduos.
As consequências imediatas desta situação, independentemente de contrair ou não o novo coronavírus, está a gerar o pânico e o medo, dificultando a racionalidade. Neste momento a maioria dos indivíduos já se está a consciencializar da realidade, em que o medo e o pânico se está a instalar na sociedade. Esta situação pode levar a consequências adversas, quer ao nível global, quer ao nível dos relacionamentos pessoais.
Este cenário atual pode ser, uma arma a disparar e a desencadear transtornos psicológicos graves. Por essas razões a síndrome do pânico e a depressão, será uma afeção mental que irá afetar muitas pessoas devido à realidade atual. A ideia de isolamento social causa transtornos psicológicos graves, mais ainda a incerteza de não se saber quando terminará, e se vamos ficar bem!
As crises do medo, pânico, taquicardia, dor de barriga, calafrios, são sinais que o corpo manifesta face a dar resposta ao stresse, sendo muitos já os relatos vivenciais de pessoas com estes sintomas. Estas reações acontecem de forma recorrente e persistente para afetar o sujeito de forma a que não venha a ter uma vida normal. Quando se começa a ouvir e a ver diariamente o problema que nos afeta, ficamos angustiados, os pensamentos não param, principalmente os negativos, e começa-se a entrar num estado de declínio, sem se conseguir controlar os sintomas.
A forma como cada individuo dá resposta a esta situação, está relacionada com a personalidade e o seu percurso de vida. Cada um tem o comportamento psicológico de acordo com a sua personalidade, sendo resultado da sua história de vida, experiências e meio envolvente. Existem sujeitos que expostos a situações desafiantes e confrontativas, o seu nível de fobia e pânico é de tal forma intenso, que chegam mesmo a experienciar sintomas físicos de doenças, como por exemplo: náuseas, vómitos, dificuldades em respirar, formigueiros nas extremidades entre outros.
Importa referir, mesmo que os sintomas não estejam relacionados com uma doença específica mais grave, o transtorno psicossomático evidencia-se naquele indivíduo. O pânico e o medo começam a tomar conta do sujeito, e sobrepõe-se à racionalidade. Em situações de setting profissional, muitos são os casos de pacientes relatarem nas suas histórias que chegaram mesmo a ter crises de desmaios, e taquicardia perante situações de pânico e ansiedade.
Para nos mantermos equilibrados, deve começar o dia com uma rotina diária e atividades que sinta prazer em fazer. Pode anotar numa folha de papel ou bloco, o que vai fazer diariamente de segunda a sexta-feira, e desenvolver atividades diárias, como ler, ouvir música escrever, arrumar a casa, o guarda-roupa, assistir a filmes que o deixem descontraído, se tiver crianças e adolescentes em casa pode desenvolver atividades lúdicas com eles e incentivá-los a partilharem tarefas de casa. O facto de interagirem todos juntos na partilha e troca de tarefas, ajuda bastante na ocupação do tempo e abstrair de situações menos positivas.
Fonte: Psicologia.pt